VERSO 127
ei aparādhe mora kāhāṅ habe gati
tomāra ‘gauḍīyā’ kare eteka phaijati!
ei aparādhe — por tamanha ofensa; mora — de Mim; kāhāṅ — onde; habe — estará; gati — destino; tomāra gauḍīyā — teu vaiṣṇava bengali; kare — faz; eteka — semelhante; phaijati — complicação.
“Agora, devido a tamanha ofensa, não sei que destino terei. Na verdade, por causa de teu vaiṣṇava bengali, envolvi-Me em uma grande complicação.”
SIGNIFICADO—É significativo que Śrī Caitanya Mahāprabhu tenha dito a Svarūpa Dāmodara Gosvāmī que o vaiṣṇava bengali era “seu gauḍīya-vaiṣṇava”. Isso quer dizer que todos os gauḍīya-vaiṣṇavas seguidores do culto de Caitanya estão subordinados a Svarūpa Dāmodara Gosvāmī. Os gauḍīya-vaiṣṇavas observam muito estritamente o sistema paramparā. Svarūpa Dāmodara Gosvāmī era secretário pessoal de Śrī Caitanya Mahāprabhu. O grupo seguinte de devotos eram os seis Gosvāmīs, e, então, Kavirāja Gosvāmī. É necessário observar o sistema de paramparā do culto de Caitanya. Muitas são as ofensas que alguém pode cometer ao servir ao Senhor, e essas são descritas no Bhakti-rasāmṛta-sindhu, no Hari-bhakti-vilāsa e em outros livros. Segundo as regras e regulações, ninguém deve aceitar reverências no templo do Senhor perante a Deidade. Tampouco é adequado que um devoto toque nos pés do mestre espiritual e preste-lhe reverências perante a Deidade. Isso é considerado uma ofensa. O próprio Śrī Caitanya Mahāprabhu era a Suprema Personalidade de Deus em pessoa, logo não era nenhuma ofensa lavar Seus pés de lótus no templo. Contudo, porque representava o papel de um ācārya, o Senhor Se considerava um ser humano comum. Além disso, queria dar instruções para os seres humanos comuns. A ideia é que, mesmo ao representar o papel de mestre espiritual, a pessoa não deve aceitar reverências nem permitir que um discípulo lave seus pés perante a Deidade. Isso é uma questão de etiqueta.