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VERSO 98

āpanāra sama more karibāra tare
jhuṭhā dile, vipra bali’ bhaya nā karile

āpanāra sama — como Tu; more — de Mim; karibāra tare — para fazer; jhuṭ — restos de comida; dile — deste; vipra bali’ — considerando como um brāhmaṇa; bhaya — temor; nā karile — não fizeste.

“Para fazer de Mim um louco como Tu, atiraste os restos de Tua comida em Mim. Nem mesmo temeste o fato de que sou um brāhmaṇa.”

SIGNIFICADO—As palavras āpanāra sama indicam que Advaita Ācārya considerava-Se pertencente aos smārta-brāhmaṇas, e considerava que Nityānanda Prabhu estava na mesma fase transcendental que os vaiṣṇavas puros. O Senhor Nityānanda deu a Advaita Ācārya os Seus restos para situá-lO na mesma plataforma e fazer dEle um vaiṣṇava ou paramahaṁsa puro e imaculado. A afirmação de Advaita Ācārya indica que o vaiṣṇava paramahaṁsa se encontra situado na transcendência. O vaiṣṇava puro não está sujeito às regras e regulações dos smārta-brāhmaṇas. Esse foi o motivo que levou Advaita Ācārya a afirmar āpanāra sama more karibāra tare: “Para elevar-Me a Teu próprio padrão.” O vaiṣṇava puro, ou uma pessoa na fase de paramahaṁsa, aceita os restos de comida (maha-prasāda) como espirituais. Ele não os considera como materiais nem como objetos de gozo dos sentidos. Aceita a mahā-prasāda, não como um l ou arroz ordinários, mas como substância espiritual. Para não falar dos restos de comida deixados por um vaiṣṇava puro, a prasāda nunca se polui, mesmo se tocada pela boca de um caṇḍāla. De fato, retém seu valor espiritual. Um brāhmaṇa, portanto, não se degrada ao comer ou tocar tal mahā-prasāda. Não acontece nenhuma contaminação se alguém toca os restos dessa comida. Na verdade, as pessoas se livram de todas as contaminações da condição material ao comerem dessa mahā-prasāda. Eis o veredito dos śāstras.

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