VERSOS 77-78
tabe baḍa-vipra kahe, “ei satya kathā
gopāla yadi sākṣī dena, āpane āsi’ ethā
tabe kanyā diba āmi, jāniha niścaya”
tāṅra putra kahe, — ‘ei bhāla bāta haya’
tabe — nessa altura; baḍa-vipra — o brāhmaṇa idoso; kahe — diz; ei satya kathā — isto é verdade; gopāla — a Deidade de Gopāla; yadi — se; sākṣī — testemunho; dena — der; āpane — pessoalmente; āsi’ — vindo; ethā — aqui; tabe — então; kanyā — filha; diba — devo dar em caridade; āmi — eu; jāniha — ficai sabendo disto; niścaya — com certeza; tāṅra — seu; putra — filho; kahe — diz; ei — esta; bhāla — ótima; bāta — declaração; haya — é.
Aproveitando-se dessa oportunidade, o brāhmaṇa idoso confirmou de imediato que aquilo realmente era verdade. Ele disse: “Se Gopāla vier pessoalmente aqui para servir como testemunha, com certeza darei minha filha ao jovem brāhmaṇa.” O filho do brāhmaṇa idoso prontamente confirmou aquilo, dizendo: “Sim. Esse é um ótimo acordo.”
SIGNIFICADO—Como a Superalma dentro do coração de todas as entidades vivas, Kṛṣṇa conhece o desejo de todos, o pedido de todos e a oração de todos. Mesmo que os desejos, as solicitações e as orações sejam contraditórios, o Senhor tem que criar uma situação em que todos fiquem satisfeitos. Nesse caso, trata-se de uma negociação matrimonial entre um brāhmaṇa idoso e um jovem. O brāhmaṇa idoso estava sem dúvida desejoso de dar sua filha em caridade ao jovem brāhmaṇa, mas seu filho e demais parentes tornaram-se obstáculos para essa transação. O brāhmaṇa idoso meditou sobre como resolver essa situação e, ainda assim, oferecer sua filha ao jovem brāhmaṇa. Seu filho, um ateu e sujeito muito astuto, pensava em como impedir o casamento. O pai e o filho pensavam de maneira contraditória. Kṛṣṇa, todavia, criou uma situação em que os dois concordaram. Ambos concordaram que, se a Deidade de Gopāla fosse e servisse de testemunha, a filha seria dada ao jovem brāhmaṇa.