VERSO 27
sitātapatra-vyajanair upaskṛtaḥ
prasūna-varṣair abhivarṣitaḥ pathi
piśaṅga-vāsā vana-mālayā babhau
ghano yathārkoḍupa-cāpa-vaidyutaiḥ
sita-ātapatra — guarda-sol branco; vyajanaiḥ — com um abano cāmara; upaskṛtaḥ — sendo servido por; prasūna — flores; varṣaiḥ — pelas chuvas; abhivarṣitaḥ — estando assim coberto; pathi — na estrada; piśaṅga-vāsāḥ — pelas roupas amarelas; vana-mālayā — pelas guirlandas de flores; babhau — então isso se tornou; ghanaḥ — nuvem; yathā — como se; arka — o Sol; uḍupa — a Lua; cāpa — o arco-íris; vaidyutaiḥ — pelo relâmpago.
Enquanto o Senhor passava pela estrada pública de Dvārakā, Sua cabeça era protegida da luz do Sol por um guarda-sol branco. Abanos de plumagem branca se moviam em semicírculos, e chuvas de flores caíam sobre a estrada. Suas roupas amarelas e guirlandas de flores pareciam uma nuvem escura simultaneamente cercada pelo Sol, pela Lua, pelo relâmpago e pelo arco-íris.
SIGNIFICADO—O Sol, a Lua, o arco-íris e o relâmpago não aparecem no céu simultaneamente. Quando há Sol, o luar se torna insignificante, e se há nuvens e arco-íris, não há manifestação de relâmpago. O matiz corpóreo do Senhor é assim como uma nuvem nova de monção. Aqui, Ele é comparado à nuvem. O guarda-sol branco sobre Sua cabeça é comparado ao Sol. O movimento do abano de cauda de iaque é comparado à Lua. As chuvas de flores são comparadas às estrelas. Suas roupas amarelas são comparadas ao arco-íris. Desse modo, todas essas atividades do firmamento, sendo fatores de simultaneidade impossível, não podem ser ajustadas pela comparação. O ajuste só é possível quando pensamos na potência inconcebível do Senhor. O Senhor é todo-poderoso, e, em Sua presença, qualquer coisa impossível pode tornar-se possível através de Sua energia inconcebível. Entretanto, a situação criada no momento de Sua passagem nas estradas de Dvārakā era bela e não podia ser comparada a nada além da descrição dos fenômenos naturais.