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VERSO 19

kecid vikalpa-vasanā
āhur ātmānam ātmanaḥ
daivam anye ’pare karma
svabhāvam apare prabhum

kecit — alguns deles; vikalpa-vasanāḥ — aqueles que negam toda espécie de dualidades; āhuḥ — declaram; ātmānam — a própria pessoa; ātmanaḥ — do eu; daivam — sobre-humanos; anye — outros; apare — alguns mais; karma — atividade; svabhāvam — natureza material; apare muitos outros; prabhum — autoridades.

Alguns filósofos, que negam toda sorte de dualidades, declaram que a própria pessoa é responsável por sua felicidade ou aflições pessoais. Outros dizem que poderes sobre-humanos são responsáveis, enquanto outros ainda dizem que a atividade é responsável, e os materialistas grosseiros afirmam que a natureza é a causa última.

SIGNIFICADO—Como foi referido acima, filósofos como Jaimini e seus seguidores estabelecem que a atividade fruitiva é a causa fundamental de toda a aflição ou felicidade, e que, mesmo se há uma autoridade superior, algum poderoso Deus sobre-humano, ou deuses, também estaria Ele ou estariam eles sob a influência da atividade fruitiva, dado que recompensam os resultados de acordo com nossas ações. Eles dizem que a ação não é independente porque a ação é executada por algum executante; portanto, o próprio executante é a causa de sua própria felicidade ou aflição. Na Bhagavad-gītā (6.5), também se confirma que, através de nossa própria mente, livre da afeição material, podemos salvar-nos dos sofrimentos das dores materiais. Assim, não devemos enredar-nos na matéria através das afeições materiais da mente. Desse modo, nossa própria mente é nossa amiga ou inimiga no que se refere a nossa felicidade ou aflição materiais.

Os sāṅkhyaites materialistas e ateus concluem que a natureza material é a causa de todas as causas. Segundo eles, as combinações de elementos materiais são as causas da felicidade e aflição materiais, e a desintegração da matéria é a causa da liberação de todas as dores materiais. Gautama e Kaṇāda acham que a combinação atômica é a causa de tudo, e os impersonalistas, como Aṣṭāvakra, revelam que a refulgência espiritual do Brahman é a causa de todas as causas. Na Bhagavad-gītā, porém, o próprio Senhor declara que Ele é a fonte do Brahman impessoal e, portanto, Ele, a Personalidade de Deus, é a causa última de todas as causas. Também se confirma na Brahma-saṁhitā que o Senhor Kṛṣṇa é a causa última de todas as causas.

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