VERSO 44
tad adya naḥ pāpam upaity ananvayaṁ
yan naṣṭa-nāthasya vasor vilumpakāt
parasparaṁ ghnanti śapanti vṛñjate
paśūn striyo ’rthān puru-dasyavo janāḥ
tat — por esta razão; adya — a partir deste dia; naḥ — sobre nós; pāpam — reação do pecado; upaiti — dominarão; ananvayam — convulsões; yat — porque; naṣṭa — abolida; nāthasya — da monarquia; vasoḥ — da riqueza; vilumpakāt — sendo saqueados; parasparam — entre si; ghnanti — matarão; śapanti — farão mal; vṛñjate — roubarão; paśūn — animais; striyaḥ — mulheres; arthān — riquezas; puru — muito; dasyavaḥ — ladrões; janāḥ — as massas populares.
Devido ao término dos regimes monárquicos e ao saque da riqueza do povo por parte de ladrões e salteadores, haverá grandes convulsões sociais. O povo será morto e ferido, e os animais e as mulheres serão raptados. E nós seremos os responsáveis por todos esses pecados.
SIGNIFICADO—A palavra naḥ (nós) é muito significativa neste verso. O sábio toma corretamente os brāhmaṇas, como uma comunidade, como sendo responsáveis pela eliminação do governo monárquico, dando, assim, oportunidade aos supostos democratas, os quais, em geral, são assaltantes da riqueza dos súditos do estado. Os ditos democratas se apoderam da máquina administrativa sem responsabilizar-se em dar uma condição próspera aos cidadãos. Todos tomam seus postos em troca de gozo pessoal, e assim, ao invés de um único rei, crescem inúmeros reis irresponsáveis para cobrar impostos dos cidadãos. Aqui se prevê que, na ausência de um bom governo monárquico, todos serão causa de perturbação para os demais mediante o assalto às riquezas, aos animais, às mulheres etc.