VERSO 8
śrī-nārada uvāca
bhavatānudita-prāyaṁ
yaśo bhagavato ’malam
yenaivāsau na tuṣyeta
manye tad darśanaṁ khilam
śrī-nāradaḥ — Śrī Nārada; uvāca — disse; bhavatā — por ti; anudita-prāyam — quase não louvado; yaśaḥ — glórias; bhagavataḥ — da Personalidade de Deus; amalam — imaculadas; yena — pela qual; eva — certamente; asau — Ele (a Personalidade de Deus); na — não; tuṣyeta — Se compraz; manye — penso; tat — que; darśanam — filosofia; khilam — inferior.
Śrī Nārada disse: Na realidade, não difundiste as sublimes e imaculadas glórias da Personalidade de Deus. Aquela filosofia que não satisfaz os sentidos transcendentais do Senhor é considerada inútil.
SIGNIFICADO—A relação eterna de uma alma individual com a Alma Suprema, a Personalidade de Deus, é constitucionalmente a de servidão eterna ao mestre eterno. O Senhor expandiu-Se como os seres vivos a fim de aceitar o serviço amoroso deles, e somente isso pode satisfazer tanto o Senhor quanto os seres vivos. Um erudito como Vyāsadeva completou muitas expansões das literaturas védicas, finalizando com a filosofia do Vedānta, mas nenhuma delas tinha sido escrita glorificando diretamente a Personalidade de Deus. Especulações filosóficas secas, mesmo sobre o tema transcendental do Absoluto, são pouquíssimo atrativas se não tratam diretamente da glorificação ao Senhor. A Personalidade de Deus é a última palavra em compreensão transcendental. O Absoluto compreendido como o Brahman impessoal ou a Superalma localizada, Paramātmā, produz menos bem-aventurança transcendental do que a compreensão pessoal e suprema de Suas glórias.
O compilador do Vedānta-darśana é o próprio Vyāsadeva. Todavia, ele está perturbado, embora seja seu autor. Então, que tipo de bem-aventurança transcendental podem obter os leitores e os ouvintes do Vedānta se esse não for diretamente explicado pelo autor, Vyāsadeva? Daí surge a necessidade de explicar o Vedānta-sūtra sob a forma do Śrīmad-Bhāgavatam, do mesmo autor.