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VERSO 18

kunty uvāca
namasye puruṣaṁ tvādyam
īśvaraṁ prakṛteḥ param
alakṣyaṁ sarva-bhūtānām
antar bahir avasthitam

kuntī uvāca — Śrīmatī Kuntī disse; namasye — deixai que me prostre; puruṣam — a Pessoa Suprema; tvā — Vós; ādyam — a original; īśvaram — o controlador; prakṛteḥ do cosmo material; param — além; alakṣyam — o invisível; sarva — todos; bhūtānām — dos seres vivos; antaḥ — dentro; bahiḥ fora; avasthitam — existindo.

Śrīmatī Kuntī disse: Ó Kṛṣṇa, ofereço-Vos minhas reverências porque sois a personalidade original e não sois afetado pelas qualidades do mundo material. Vós existis tanto dentro como fora de tudo e, ainda assim, sois invisível para todos.

SIGNIFICADO—Śrīmatī Kuntīdevī estava completamente consciente de que Kṛṣṇa era a original Personalidade de Deus, embora Ele estivesse representando o papel de seu sobrinho. Essa iluminada senhora não poderia cometer o erro de oferecer reverências a seu sobrinho. Portanto, ela dirigiu-se a Ele como o puruṣa original, além do cosmo material. Embora todas as entidades vivas também sejam transcendentais, elas não são nem originais, nem infalíveis. As entidades vivas são capazes de cair sob as garras da natureza material, mas o Senhor jamais é assim. Nos Vedas, portanto, Ele é descrito como o principal entre todas as entidades vivas (nityo nityānāṁ cetanaś cetanānām). E, além disso, Ele é tratado como īśvara, ou o controlador. As entidades vivas, ou os semideuses como Candra e Sūrya, também são īśvaras até certo ponto, mas nenhum deles é o īśvara supremo, ou o controlador último. Ele é o parameśvara, ou a Superalma. Ele está dentro e fora. Embora estivesse presente diante de Śrīmatī Kuntī como seu sobrinho, Ele também estava dentro dela e de todos os demais. Na Bhagavad-gītā (15.15), o Senhor diz: “Eu estou situado no coração de todos, e unicamente devido a Mim a pessoa lembra, esquece ou é consciente etc. Através de todos os Vedas, Eu sou o que há de ser conhecido porque sou o compilador dos Vedas e sou o mestre do Vedānta.” A rainha Kuntī afirma que o Senhor, embora simultaneamente dentro e fora de todos os seres vivos, é ainda invisível. O Senhor é, por assim dizer, um prodígio para o homem comum. A rainha Kuntī experimentou pessoalmente que o Senhor estava presente diante dela, e, ainda assim, Ele entrou no ventre de Uttarā para salvar seu embrião do ataque do brahmāstra de Aśvatthāmā. A própria Kuntī estava perplexa em relação a se Śrī Kṛṣṇa é onipenetrante ou localizado. De fato, Ele é as duas coisas, mas Ele Se reserva o direito de não Se expor às pessoas que não são almas rendidas. Essa cortina obstrutora é denominada a energia māyā do Senhor Supremo, e ela controla a visão limitada da alma rebelde. Isso se explica da seguinte maneira.

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