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VERSO 44

sampadyamānam ājñāya
bhīṣmaṁ brahmaṇi niṣkale
sarve babhūvus te tūṣṇīṁ
vayāṁsīva dinātyaye

sampadyamānam — tendo mergulhado em; ājñāya — após saberem disso; bhīṣmam — sobre Śrī Bhīṣmadeva; brahmaṇi — no Supremo Absoluto; niṣkale — ilimitada; sarve — todos os presentes; babhūvuḥ te — todos eles ficaram; tūṣṇīm — silenciosos; vayāṁsi iva — como pássaros; dina-atyaye — ao final do dia.

Sabendo que Bhīṣmadeva havia mergulhado na eternidade ilimitada do Supremo Absoluto, todos ali presentes ficaram silenciosos como pássaros ao final do dia.

SIGNIFICADO—Entrar ou imergir na eternidade ilimitada do Supremo Absoluto significa entrar no lar original do ser vivo. Os seres vivos são todos partes integrantes da Absoluta Personalidade de Deus, e, por isso, eles estão eternamente relacionados com Ele, como servidor e servido. O Senhor é servido por todas as Suas partes integrantes, assim como a máquina completa é servida por suas partes integrantes. Qualquer parte de uma máquina removida do todo perde sua importância. Analogamente, qualquer parte integrante do Absoluto desligada do serviço ao Senhor é inútil. Os seres vivos que estão no mundo material são todos partes integrantes que se desintegraram do todo supremo, e eles deixam de ser tão importantes como as partes integrantes originais. Há, todavia, muito mais seres vivos integrados que são eternamente liberados. A energia material do Senhor, denominada Durgā-śakti, ou a superintendente do presídio, encarrega-se das partes integrantes desintegradas, e assim elas ficam submetidas a uma vida condicionada, sob as leis da natureza material. Quando o ser vivo se conscientiza desse fato, ele tenta voltar ao lar, voltar ao Supremo, e assim começa a necessidade espiritual do ser vivo. Essa necessidade espiritual se chama brahma-jijñāsā, ou perguntas sobre o Brahman. Esse brahma-jijñāsā é bem-sucedido principalmente através do conhecimento, da renúncia e do serviço devocional ao Senhor. Jñāna, ou conhecimento, significa todo o conhecimento sobre o Brahman, o Supremo; renúncia significa desapego da afeição material, e serviço devocional é reviver, pela prática, a condição original do ser vivo. Os seres vivos bem-sucedidos, que estão aptos a entrar no reino do Absoluto, são chamados de jñānīs, yogīs e bhaktas. Os jñānīs e os yogīs entram nos raios impessoais do Supremo; os bhaktas, porém, entram nos planetas espirituais conhecidos como Vaikuṇṭhas. Nesses planetas espirituais, o Senhor Supremo prevalece como Nārāyaṇa, e os seres vivos sadios e incondicionados vivem ali prestando serviço amoroso ao Senhor nas categorias de servos, amigos, pais e amantes. Ali, os seres vivos incondicionados desfrutam da vida em plena liberdade com o Senhor, ao passo que os jnānīs e os yogīs impersonalistas entram na brilhante refulgência impessoal dos planetas Vaikuṇṭha. Os planetas Vaikuṇṭha são todos autoluminosos como o Sol, e os raios dos planetas Vaikuṇṭha se chamam brahmajyoti. O brahmajyoti se espalha ilimitadamente, e o mundo material é apenas uma porção coberta de uma parte insignificante desse mesmo brahmajyoti. Essa cobertura é temporária e, portanto, é uma espécie de ilusão.

Bhīṣmadeva, como devoto puro do Senhor, entrou no reino espiritual em um dos planetas Vaikuṇṭha onde o Senhor, sob Sua forma eterna de Pārtha-sārathi, predomina sobre os seres vivos incondicionados que estão constantemente ocupados no serviço ao Senhor. O amor e afeição que atam o Senhor e o devoto são demonstrados no caso de Bhīṣmadeva. Bhīṣmadeva nunca esqueceu o Senhor sob Seu aspecto transcendental como o Pārtha-sārathi, e o Senhor esteve pessoalmente presente diante de Bhīṣmadeva enquanto este passava para o mundo transcendental. Essa é a perfeição máxima da vida.

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