VERSO 48
tato yudhiṣṭhiro gatvā
saha-kṛṣṇo gajāhvayam
pitaraṁ sāntvayām āsa
gāndhārīṁ ca tapasvinīm
tataḥ — em seguida; yudhiṣṭhiraḥ — Mahārāja Yudhiṣṭhira; gatvā — indo ali; saha — com; kṛṣṇaḥ — o Senhor; gajāhvayam — na capital chamada Gajāhvaya Hastināpura; pitaram — a seu tio (Dhṛtarāṣṭra); sāntvayām āsa — consolou; gāndhārīm — a esposa de Dhṛtarāṣṭra; ca — e; tapasvinīm — uma senhora asceta.
Em seguida, Mahārāja Yudhiṣṭhira partiu imediatamente para sua capital, Hastināpura, acompanhado do Senhor Śrī Kṛṣṇa, e ali ele consolou seu tio e sua tia Gāndhārī, que era uma asceta.
SIGNIFICADO—Dhṛtarāṣṭra e Gāndhārī, o pai e a mãe de Duryodhana e seus irmãos, eram os idosos tio e tia de Mahārāja Yudhiṣṭhira. Após a Batalha de Kurukṣetra, o célebre casal, tendo perdido todos os seus filhos e netos, ficou sob o cuidado de Mahārāja Yudhiṣṭhira. Eles estavam passando seus dias em grande agonia por aquela grande perda de vidas e viviam praticamente a vida de ascetas. A notícia da morte de Bhīṣmadeva, tio de Dhṛtarāṣṭra, foi outro grande choque para o rei e a rainha, e, por isso, eles precisavam do consolo de Mahārāja Yudhiṣṭhira. Mahārāja Yudhiṣṭhira era consciente de seu dever e imediatamente correu para o local com o Senhor Kṛṣṇa e satisfez o enlutado Dhṛtarāṣṭra com palavras amáveis, tanto dele mesmo quanto do Senhor.
Gāndhārī era uma poderosa asceta, embora vivesse como uma esposa fiel e mãe bondosa. Afirma-se que Gāndhārī também tapou voluntariamente seus olhos por causa da cegueira de seu esposo. O dever da esposa é seguir cem por cento o esposo. E Gāndhārī era tão fiel a seu esposo que o seguiu mesmo em sua perpétua cegueira. Portanto, em suas ações, ela era uma grande asceta. Além disso, o choque que ela sofreu por causa da matança de seus cem filhos e de seus netos era certamente algo demasiado para uma mulher. Contudo, ela sofreu tudo isso como uma asceta. Embora seja uma mulher, Gāndhārī não é inferior a Bhīṣmadeva em caráter. Ambos são personalidades notáveis no Mahābhārata.