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VERSOS 6-7

parvato nārado dhaumyo
bhagavān bādarāyaṇaḥ
bṛhadaśvo bharadvājaḥ
saśiṣyo reṇukā-sutaḥ

vasiṣṭha indrapramadas
trito gṛtsamado ’sitaḥ
kakṣīvān gautamo ’triś ca
kauśiko ’tha sudarśanaḥ

parvataḥ — Parvata Muni; nāradaḥ — Nārada Muni; dhaumyaḥ — Dhaumya; bhagavān — encarnação de Deus; bādarāyaṇaḥ — Vyāsadeva; bṛhadaśvaḥ — Bṛhadaśva; bharadvājaḥ — Bharadvāja; sa-śiṣyaḥ — juntamente com discípulos; reṇukā-sutaḥ — Paraśurāma; vasiṣṭhaḥ — Vasiṣṭha; indrapramadaḥ — Indrapramada; tritaḥ — Trita; gṛtsamadaḥ — Gṛtsamada; asitaḥ — Asita; kakṣīvān — Kakṣīvān; gautamaḥ — Gautama; atriḥ — Atri; ca — e; kauśikaḥ — Kauśika; atha — bem como; sudarśanaḥ — Sudarśana.

Todos os sábios, como Parvata Muni; Nārada; Dhaumya; Vyāsa, a encarnação de Deus; Bṛhadaśva; Bharadvāja; Paraśurāma e discípulos; Vasiṣṭha; Indrapramada; Trita; Gṛtsamada; Asita; Kakṣīvān; Gautama; Atri; Kauśika e Sudarśana estavam presentes.

SIGNIFICADO—Parvata Muni é considerado como um dos sábios mais velhos. Ele é quase sempre companheiro constante de Nārada Muni. Eles também são homens do espaço, competentes para viajar no ar sem a ajuda de nenhum veículo material. Parvata Muni também é um devarṣi, ou um grande sábio entre os semideuses, como Nārada. Ele esteve presente juntamente com Nārada na cerimônia de sacrifício de Mahārāja Janamejaya, o filho de Mahārāja Parīkṣit. Nesse sacrifício, todas as serpentes do mundo seriam mortas. Parvata Muni e Nārada Muni também são chamados de Gandharvas, pois podem viajar no espaço cantando as glórias do Senhor. Uma vez que podem viajar no espaço, eles observaram do espaço a cerimônia svayaṁvara (seleção de seu próprio esposo) de Draupadī. Assim como Nārada Muni, Parvata Muni também costumava visitar a assembleia real no céu do rei Indra. Como um Gandharva, ele às vezes visitava a assembleia real de Kuvera, um dos semideuses importantes. Nārada e Parvata estiveram certa vez em apuros com a filha de Mahārāja Sṛñjaya. Mahārāja Sṛñjaya recebeu de Parvata Muni a bênção de um filho.

Inevitavelmente se associa Nārada Muni às narrações dos Purāṇas. Ele é descrito no Bhāgavatam. Em sua vida anterior, ele foi o filho de uma criada, mas, pela boa associação com devotos puros, ele se iluminou em serviço devocional e, na vida seguinte, tornou-se um homem perfeito, comparável unicamente a si mesmo. No Mahābhārata, seu nome é mencionado em muitas passagens. Ele é o principal devarṣi, ou o líder entre os semideuses. Ele é filho e discípulo de Brahmājī, e, através dele, a sucessão discipular na linha de Brahmā tem se espalhado. Ele iniciou Prahlāda Mahārāja, Dhruva Mahārāja e muitos devotos célebres do Senhor. Ele iniciou até mesmo Vyāsadeva, o autor das literaturas védicas, e Vyāsadeva iniciou Madhvācārya, e assim o Madhva-sampradāya, no qual o Gauḍīya-sampradāya também se inclui, tem se espalhado por todo o universo. Śrī Caitanya Mahāprabhu pertencia a esse Madhva-sampradāya, de maneira que Brahmājī, Nārada, Vyāsa, até Madhva, Caitanya e os Gosvāmīs, todos pertenciam à mesma linha de sucessão discipular. Nāradajī tem instruído muitos reis desde tempos imemoriais. No Bhāgavatam, podemos ver que ele instruiu Prahlāda Mahārāja enquanto este estava no ventre de sua mãe, e instruiu Vasudeva, o pai de Kṛṣṇa, bem como Mahārāja Yudhiṣṭhira.

Dhaumya: Um grande sábio que praticava severas penitências em Utkocaka Tīrtha e foi apontado como sacerdote real dos reis Pāṇḍavas. Ele atuou como o sacerdote em muitas cerimônias religiosas (saṁskāra) dos Pāṇḍavas, além do que cada um dos Pāṇḍavas foi auxiliado por ele no noivado de Draupadī. Ele esteve presente mesmo durante o exílio dos Pāṇḍavas, e costumava aconselhá-los em circunstâncias em que eles ficavam perplexos. Ele os instruiu a viverem incógnitos por um ano, e suas instruções foram estritamente seguidas pelos Pāṇḍavas durante aquele tempo. Seu nome também é mencionado quando a cerimônia fúnebre geral foi executada, após a Batalha de Kurukṣetra. No Anuṣāsana-parva do Mahābhārata (127.15-16), ele deu instruções religiosas muito pormenorizadas a Mahārāja Yudhiṣṭhira. Ele era de fato o tipo certo de sacerdote de um chefe de família, pois pôde orientar os Pāṇḍavas no caminho correto da religião. Um sacerdote se destina a orientar o chefe de família progressivamente no caminho correto do āśrama-dharma, ou o dever ocupacional de uma casta em particular. Praticamente, não há diferença entre o sacerdote da família e o mestre espiritual. Os sábios, santos e brāhmaṇas eram especialmente destinados a tais funções.

Bādarāyaṇa (Vyāsadeva): Ele é conhecido como Kṛṣṇa, Kṛṣṇa-dvaipāyana, Dvaipāyana, Satyavatī-suta, Pārāśarya, Parāśarātmaja, Bādarāyana, Vedavyāsa etc. Ele era o filho de Mahāmuni Parāśara no ventre de Satyavatī, anterior ao noivado dela com Mahārāja Śantanu, o pai do grande general Avô Bhīṣmadeva. Ele é uma poderosa encarnação de Nārāyaṇa, e ele difunde a sabedoria védica no mundo. Desse modo, oferecem-se respeitos a Vyāsadeva antes de se entoar a literatura védica, especialmente os Purāṇas. Śukadeva Gosvāmī era seu filho, e ṛṣis como Vaiśampāyana eram seus discípulos encarregados de diferentes ramos dos Vedas. Ele é o autor da grande epopeia Mahābhārata e da grande literatura transcendental de nome Bhāgavatam. Os Brahma-sūtras – os Vedānta-sūtras, ou Bādarāyaa-sūtras – foram compilados por ele. Entre os sábios, ele é o autor mais respeitado por causa de suas severas penitências. Quando quis registrar esta grande epopeia, o Mahābhārata, para o bem-estar de todas as pessoas na era de Kali, ele sentia a necessidade de um poderoso escriba que pudesse registrar o que ele ditasse. Pela ordem de Brahmājī, Śrī Gaṇeśajī encarregou-se de anotar o ditado sob a condição de que Vyāsadeva não pararia o ditado por nenhum momento. O Mahābhārata foi desse modo compilado pelo esforço conjunto de Vyāsa e Gaṇeśa.

Pela ordem de sua mãe, Satyavatī, que se casou posteriormente com Mahārāja Śantanu e, a pedido de Bhīṣmadeva – o filho mais velho de Mahārāja Śantanu com sua primeira esposa, o Ganges –, ele gerou três brilhantes filhos, cujos nomes são Dhṛtarāṣṭra, Pāṇḍu e Vidura. O Mahābhārata foi compilado por Vyāsadeva após a Batalha de Kurukṣetra e após a morte de todos os heróis do Mahābhārata. Ele foi falado primeiramente na assembleia real de Mahārāja Janamejaya, o filho de Mahārāja Parīkṣit.

Bṛhadaśva: Um sábio ancião que costumava encontrar-se com Mahārāja Yudhiṣṭhira eventualmente. Primeiro, ele se encontrou com Mahārāja Yudhiṣṭhira em Kāmyavana. Esse sábio narrou a história de Mahārāja Nala. Existe outro Bṛhadaśva, que é filho da dinastia Ikṣvāku (Mahābhārata, Vana-parva 209.4-5).

Bharadvāja: É um dos sete grandes ṛṣis e esteve presente no momento da cerimônia de nascimento de Arjuna. O poderoso ṛṣi às vezes se submetia a severas penitências às margens do Ganges, e seu āśrama ainda é celebrado como Prayāgadhāma. Sabe-se que esse ṛṣi, enquanto tomava banho no Ganges, sucedeu de se encontrar com Ghṛtacī, uma das belas moças da sociedade celestial, e assim ele ejaculou sêmen, que foi guardado e preservado num pote de barro, do qual nasceu Droṇa. Assim, Droṇācārya é filho de Bharadvāja Muni. Outros dizem que Bharadvāja, o pai de Droṇa, é uma pessoa diferente de Maharṣi Bharadvāja. Ele era um grande devoto de Brahmā. Certa vez, ele se aproximou de Droṇācārya e lhe pediu para findar a Batalha de Kurukṣetra.

Paraśurāma, ou Reṇukāsuta: É filho de Maharṣi Jamadagni e Śrīmatī Reṇukā. Desse modo, ele também é conhecido como Reṇukāsuta. É uma das poderosas encarnações de Deus, e matou toda a comunidade kṣatriya por vinte e uma vezes seguidas. Com o sangue dos kṣatriyas, ele satisfez as almas de seus antepassados. Mais tarde, submeteu-se a severas penitências em Mahendra Parvata. Após tomar dos kṣatriyas toda a Terra, ele a deu em caridade a Kaśyapa Muni. Paraśurāma ensinou o Dhanur-veda, ou a ciência da luta, a Droṇācārya, pois ele acontecia de ser um brāhmaṇa. Ele esteve presente durante a coroação de Mahārāja Yudhiṣṭhira e celebrou a cerimônia juntamente com outros grandes ṛṣis.

Paraśurāma é tão velho que se encontrou tanto com Rāma quanto com Kṛṣṇa em épocas diferentes. Ele lutou contra Rāma, mas aceitou Kṛṣṇa como a Suprema Personalidade de Deus. Ele também louvou Arjuna quando o viu ao lado de Kṛṣṇa. Quando Bhīṣma se recusou a desposar Ambā, que desejava ter Bhīṣma como esposo, Ambā se encontrou com Paraśurāma, e, apenas por causa do pedido dela, ele solicitou a Bhīṣma que a aceitasse como sua esposa. Bhiṣma se recusou a obedecer à sua ordem, embora ele fosse um dos mestres espirituais de Bhīṣmadeva. Paraśurāma lutou contra Bhīṣmadeva quando Bhiṣma negligenciou sua advertência. Ambos lutaram muito impetuosamente, e, por fim, Paraśurāma ficou satisfeito com Bhīṣma e lhe deu a bênção de tornar-se o maior lutador do mundo.

Vasiṣṭha: O grande e célebre sábio entre os brāhmaṇas, mais conhecido como o Brahmarṣi Vasiṣṭhadeva, é uma figura proeminente nos períodos do Rāmāyaṇa e do Mahābhārata. Ele celebrou a cerimônia de coroação da Personalidade de Deus Śrī Rāma. Esteve presente também no Campo de Batalha de Kurukṣetra. Ele podia se aproximar de todos os planetas superiores e inferiores, e seu nome também está relacionado com a história de Hiraṇyakaśipu. Houve uma grande tensão entre ele e Viśvāmitra, que queria sua kāmadhenu, a vaca que satisfaz todos os desejos. Vasiṣṭha Muni se recusou a dispor de sua kāmadhenu, em resposta ao que Viśvāmitra matou-lhe os cem filhos. Como um brāhmaṇa perfeito, ele tolerou todos os insultos de Viśvāmitra. Certa vez, ele tentou o suicídio por causa das torturas de Viśvāmitra, mas todas suas tentativas fracassaram. Ele pulou de uma montanha, mas as pedras nas quais caiu se tornaram um monte de algodão, e ele foi salvo dessa maneira. Ele mergulhou no oceano, mas as ondas o arrastaram até a praia. Ele pulou num rio, mas o rio também o devolveu. Assim, todas as suas tentativas de suicídio fracassaram. Ele também é um dos sete ṛṣis e esposo de Arundhatī, a famosa estrela.

Indrapramada: Outro célebre ṛṣi.

Trita: Um dos três filhos de Prajāpati Gautama. Ele foi o terceiro filho, e seus outros dois irmãos eram conhecidos como Ekat e Dvita. Todos os irmãos eram grandes sábios e seguidores estritos dos princípios da religião. Por causa de severas penitências, foram promovidos a Brahmaloka (o planeta onde Brahmājī vive). Certa vez, Trita Muni caiu num poço. Ele foi o organizador de muitos sacrifícios e, como um dos grandes sábios, também veio demonstrar seu respeito a Bhīṣmajī em seu leito de morte. Ele era um dos sete sábios em Varuṇaloka. Ele provinha dos países ocidentais do mundo. Desse modo, ele pertencia mais provavelmente aos países europeus. Naquela época, o mundo inteiro estava submetido à cultura védica.

Gṛtsamada: Um dos sábios do reino celestial. Era amigo íntimo de Indra, o rei do céu, e era tão grandioso quanto Bṛhaspati. Ele costumava visitar a assembleia real de Mahārāja Yudhiṣṭhira, e também visitou o lugar onde Bhīṣmadeva deu seu último suspiro. Às vezes, ele explicava as glórias do senhor Śiva diante de Mahārāja Yudhiṣṭhira. Ele era filho de Vitahavya, e tinha atributos corpóreos semelhantes aos de Indra. Às vezes, os inimigos de Indra o confundiam com Indra e o prendiam. Ele era um grande estudioso do Ṛg Veda, razão pela qual era altamente respeitado pela comunidade dos brāhmaṇas. Ele levou uma vida de celibato e era poderoso sob todos os aspectos.

Asita: Existiu um rei com o mesmo nome, mas o Asita aqui mencionado é Asita Devala Ṛṣi, um grande e poderoso sábio da época. Ele explicou a seu pai 1.500.000 versos do Mahābhārata. Foi um dos membros no sacrifício de serpentes de Mahārāja Janamejaya. Também esteve presente durante a cerimônia de coroação de Mahārāja Yudhiṣṭhira, juntamente com outros grandes ṛṣis. Também instruiu Mahārāja Yudhiṣṭhira enquanto este esteve na colina Añjana. Além disso, era um dos devotos do senhor Śiva.

Kakṣīvān: Um dos filhos de Gautama Muni e pai do grande sábio Candakausika. Ele foi um dos membros do parlamento de Mahārāja Yudhiṣṭhira.

Atri: Atri Muni foi um brāhmaṇa sábio e grandioso, e era um dos filhos mentais de Brahmājī. Brahmājī é tão poderoso que simplesmente por pensar num filho ele pode tê-lo. Esses filhos são conhecidos como mānasa-putras. Atri era um dos sete mānasa-putras de Brahmājī e um dos sete grandes sábios brāhmaṇas. Em sua família, nasceram também os grandes Pracetās. Atri Muni teve dois filhos kṣatriyas que se tornaram reis. O rei Arthama é um deles. Ele está incluído entre os vinte e um prajāpatis. O nome de sua esposa era Anasūyā, e ele ajudou Mahārāja Parīkṣit em seus grandes sacrifícios.

Kauśika: Um dos ṛṣis que são membros permanentes da assembleia real de Mahārāja Yudhiṣṭhira. Às vezes, ele se encontrava com o Senhor Kṛṣṇa. Há vários outros sábios com o mesmo nome.

Sudarśana: Esta roda é aceita pela Personalidade de Deus (Viṣṇu ou Kṛṣṇa) como Sua arma pessoal, e é a mais poderosa das armas, superior aos brahmāstras ou outras armas desastrosas semelhantes. Em algumas das literaturas védicas, afirma-se que Agnideva, o deus do fogo, presenteou o Senhor Śrī Kṛṣṇa com essa arma, mas, na verdade, essa arma é carregada pelo Senhor eternamente. Agnideva presenteou Kṛṣṇa com essa arma da mesma maneira que Rukmiṇī foi dada ao Senhor por Mahārāja Rukma. O Senhor aceita tais presentes de Seus devotos, muito embora tais presentes sejam eternamente Sua propriedade. Há uma descrição elaborada dessa arma no Ādi-parva do Mahābhārata. O Senhor Śrī Kṛṣṇa usou essa arma para matar Śiśupāla, um rival Seu. Ele também matou Śālva com essa arma, e algumas vezes quis que Seu amigo Arjuna a usasse contra seus inimigos (Mahābhārata, Virāṭa-parva 56.3).

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