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VERSO 11

kvāhaṁ tamo-mahad-ahaṁ-kha-carāgni-vār-bhū-
saṁveṣṭitāṇḍa-ghaṭa-sapta-vitasti-kāyaḥ
kvedṛg-vidhāvigaṇitāṇḍa-parāṇu-caryā-
vātādhva-roma-vivarasya ca te mahitvam

kva — onde; aham — eu; tamaḥ — a natureza material; mahat — a totalidade da energia material; aham — falso ego; kha — éter; cara — ar; agni — fogo; vāḥ — água; bhū — terra; saṁveṣṭita — rodeado por; aṇḍa-ghaṭa — um universo semelhante a um vaso; sapta-vitasti — sete palmos; kāyaḥ — corpo; kva — onde; īdṛk — tal; vidhā — como; avigaṇi­ta — ilimitados; aṇḍa — universos; para-aṇu — como a poeira atômi­ca; caryā — que se move; vāta-adhva — orifícios de ar; roma — dos pelos do corpo; vivarasya — dos orifícios; ca — também; te — Vossa; mahitvam — grandeza.

Quem sou eu, uma pequena criatura que meço sete palmos de minha própria mão? Estou enclausurado em um universo em forma de vaso constituído de natureza material, da totalidade da ener­gia material, de falso ego, éter, ar, água e terra. E qual é Vossa glória? Ilimitados universos atravessam os poros de Vosso corpo assim como partículas atravessam as aberturas da tela de uma janela.

SIGNIFICADO—No Caitanya-caritāmṛta, Ādi-līlā, capítulo cinco, verso 72, Śrīla Prabhupāda apresenta o seguinte significado para este verso: “Quando o senhor Brahmā, após ter roubado todas as vacas e vaqueirinhos de Kṛṣṇa, voltou e viu que as vacas e os meninos continuavam peram­bulando com Kṛṣṇa, ele ofereceu esta oração, admitindo sua derrota. Uma alma condicionada – mesmo uma tão grandiosa como Brahmā, que administra os assuntos de todo o universo – não pode compa­rar-se à Personalidade de Deus, pois Ele pode produzir inúmeros uni­versos simplesmente com os raios espirituais que emanam dos poros de Seu corpo. Os cientistas materialistas devem aprender uma lição com as declarações de Śrī Brahmā a respeito de nossa insignificância em comparação com Deus. Nestas orações de Brahmā, há muito o que se aprender por parte daqueles que se orgulham falsamente do acúmulo de poder.”

Em Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus, capítulo quator­ze, Śrīla Prabhupāda também comenta sobre este verso: “O senhor Brahmā compreendeu sua verdadeira posição. Ele decerto é o mestre supremo deste universo, encarregado da produção da natureza mate­rial, que consiste em todos os elementos materiais, a saber, falso ego, céu, ar, fogo, água e terra. Embora este universo seja gigantesco, ele pode ser medido, assim como medimos nosso corpo. De modo geral, calcula-se que a medida do corpo de cada pessoa é de sete de seus próprios palmos. Este universo em particular pode parecer um corpo muito gigantesco, mas, para o senhor Brahmā, ele mede nada mais do que sete palmos.”

Além deste universo, há outros ilimitados universos fora da juris­dição deste senhor Brahmā em especial. Assim como inumeráveis fragmentos atômicos infinitesimais passam pelas aberturas da tela de uma janela, da mesma forma milhões e trilhões de universos em sua forma seminal emanam dos poros do corpo de Mahā-Viṣṇu, e esse Mahā-Viṣṇu não passa de uma parte da expansão plenária de Kṛṣṇa. Em tais circunstâncias, embora o senhor Brahmā seja a criatura su­prema deste universo, qual é sua importância na presença do Senhor Kṛṣṇa?

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