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VERSO 8

dhanyeyam adya dharaṇī tṛṇa-vīrudhas tvat-
pāda-spṛśo druma-latāḥ karajābhimṛṣṭāḥ
nadyo ’drayaḥ khaga-mṛgāḥ sadayāvalokair
gopyo ’ntareṇa bhujayor api yat-spṛhā śrīḥ

dhanyā — afortunada; iyam — esta; adya — agora; dharaṇī — a Terra; tṛṇa — suas relvas; vīrudhaḥ — e arbustos; tvat — Teus; pāda — dos pés; spṛśaḥ — recebendo o toque; druma — as árvores; latāḥ — e trepadei­ras; kara-ja — por Tuas unhas; abhimṛṣṭāḥ — tocadas; nadyaḥ — os rios; adrayaḥ — e montanhas; khaga — as aves; mṛgāḥ — e animais; sadaya — misericordiosos; avalokaiḥ — por Teus olhares; gopyaḥ — as gopīs; antareṇa — entre; bhujayoḥ — Teus dois braços; api — de fato; yat — pelo qual; spṛhā — mantém o desejo; śrīḥ — a deusa da fortuna.

Esta Terra se tornou agora muito afortunada porque tocaste sua relva e arbustos com Teus pés, porque tocaste suas árvores e trepadeiras com Tuas unhas, e porque agraciaste seus rios, montanhas, aves e animais com Teus olhares misericordiosos. Mas, acima de tudo, abraçaste as jovens vaqueirinhas com Teus braços – favor almejado até mesmo pela própria deusa da fortuna.

SIGNIFICADO—A palavra adya, “agora”, indica a ocasião do aparecimento do Senhor Balarāma e do Senhor Kṛṣṇa na Terra. Em Sua forma de Varāha, o Senhor Kṛṣṇa em pessoa salvou a Terra, e, de fato, entende-se que a Terra repousa perpetuamente sobre a potência de Śeṣa. Varāha e Śeṣa são ambos expansões de Balarāma, que é Ele próprio uma expansão do Senhor Kṛṣṇa, a original Personalidade de Deus. A afirmação do Senhor Kṛṣṇa de que “agora esta Terra se tornou muito afortunada” (dhanyeyam adya dharaṇī) ressalta que nada pode se igualar às bênçãos da Suprema Personalidade de Deus sob Sua forma pessoal de Kṛṣṇa, que apareceu ao mesmo tempo com Sua expansão plenária, Balarāma. A palavra composta karajābhimṛṣṭāḥ, “toca­das por Tuas unhas”, expressa que, enquanto andavam pela floresta, Kṛṣṇa e Balarāma apanhavam frutas e flores das árvores, arbustos e trepadeiras e usavam essa parafernália em Seus agradáveis passa­tempos. Às vezes, Eles arrancavam folhas das plantas e usavam-nas com as flores para enfeitarem Seus corpos.

Kṛṣṇa e Balarāma olhavam com amor e misericórdia para todos os rios, colinas e criaturas de Vṛndāvana. Porém, a bênção que as gopīs recebiam – de serem abraçadas diretamente pelos braços do Senhor – era a bênção suprema, desejada até mesmo pela própria deusa da fortu­na. A deusa da fortuna, que vive em Vaikuṇṭha no peito do Senhor Nārāyaṇa, certa vez desejou ser abraçada por Śrī Kṛṣṇa e, a fim de conseguir essa bênção, executou severas austeridades. Śrī Kṛṣṇa ex­plicou-lhe que seu verdadeiro lugar era em Vaikuṇṭha e que não era possível que ela morasse junto a Seu peito em Vṛndāvana. Ela, por­tanto, suplicou a Kṛṣṇa que Lhe permitisse permanecer em Seu peito sob a forma de um fio dourado, e Ele lhe concedeu essa bênção. Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura reconta esse episódio extraído dos Purāṇas.

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