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VERSO 33

tathā na te mādhava tāvakāḥ kvacid
bhraśyanti mārgāt tvayi baddha-sauhṛdāḥ
tvayābhiguptā vicaranti nirbhayā
vināyakānīkapa-mūrdhasu prabho

tathā — como eles (os não-devotos); na — não; te — eles (os devo­tos); mādhava — ó Senhor, esposo da deusa da fortuna; tāva­kāḥ — os seguidores do caminho devocional, os devotos; kvacit — em algumas circunstâncias; bhraśyanti — caem; mārgāt — da trilha do ser­viço devocional; tvayi — a Vós; baddha-sauhṛdāḥ — devido ao fato de estarem plenamente apegados a Vossos pés de lótus; tvayā — por Vós; abhiguptāḥ — sempre protegidos de todos os perigos; vicaranti — locomovem-se; nirbhayāḥ — sem temor; vināyaka-anīkapa — os inimigos que mantêm uma parafernália para fazerem oposição ao culto de bhakti; mūrdhasu — sobre suas cabeças; prabho — ó Senhor.

Ó Mādhava, ó Suprema Personalidade de Deus, Senhor da deusa da fortuna, se os devotos que Vos amam fervorosamente caem às vezes do caminho da devoção, eles não caem como os não-devotos, pois continuais protegendo-os. Assim, eles destemidamente passam sobre as cabeças de seus oponentes e continuam a progredir no ser­viço devocional.

SIGNIFICADO—Em geral, os devotos não caem, mas, se caírem circunstancialmente, o Senhor, devido ao forte apego que têm por Ele, protege-os em todas as circuns­tâncias. Logo, mesmo que caiam, os devotos continuam assaz fortes para pisar vitoriosos sobre as cabeças de seus inimigos. Vemos de fato que nosso movimento da consciência de Kṛṣṇa tem muitos opo­nentes, tais como os “desprogramadores”, que instituíram contra os devotos um enérgico caso judicial. Em um momento, acreditamos que apenas depois de muito tempo é que esse caso seria encerrado, mas, porque os devo­tos têm a proteção da Suprema Personalidade de Deus, inesperada­mente ganhamos o caso em um dia. Assim, um caso que esperávamos que continuasse por anos foi decidido em um dia devido à proteção dada pela Suprema Personalidade de Deus, que, na Bhagavad-gītā (9.31), prometeu que kaunteya pratijānīhi na me bhaktaḥ praṇaśyati: “Ó filho de Kuntī, declara ousadamente que Meu devoto jamais pere­ce.” Na história, existem muitos exemplos de devotos, tais como Citraketu, Indradyumna e Mahārāja Bharata, que acidentalmente caíram, mas continuaram sendo protegidos. Mahārāja Bharata, por exemplo, devido ao seu apego a um veado, pensou no veado na hora da morte e, portanto, em sua próxima vida, tornou-se um veado (yaṁ yaṁ vāpi smaran bhāvaṁ tyajaty ante kalevaram). Devido à proteção dada pela Suprema Personalidade de Deus, todavia, o veado lembrou-se de sua relação com o Senhor e, em seguida, nasceu em boa família bramânica e executou serviço devocional (śucīnāṁ śrīmatāṁ gehe yoga-bhraṣṭo ’bhijāyate). De modo semelhante, Citraketu caiu e tornou-se o demônio Vṛtrāsura, mas também foi protegido. Logo, mesmo que alguém caia do caminho de bhakti-yoga, ele é salvo ao final. Se o devoto se situa fortemente em serviço devocional, a Suprema Personalidade de Deus promete protegê-lo (kaunteya pratijānīhi na me bhaktaḥ praṇaśyati). Porém, mesmo que, por alguma circunstância, o devoto caia, Mādhava o protege.

A palavra Mādhava é significativa. , mãe Lakṣmī, a mãe de todas as opulências, está sempre com a Suprema Personalidade de Deus, e se o devoto está em contato com a Suprema Personalidade de Deus, todas as opulências do Senhor estão prontas para ajudá-lo.

yatra yogeśvaraḥ kṛṣṇo
yatra pārtho dhanur-dharaḥ
tatra śrīr vijayo bhūtir
dhruvā nītir matir mama

(Bhagavad-gītā 18.78)

Onde quer que esteja a Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa, e Seu devoto Arjuna, Pārtha, haverá vitória, opulência, moralidade e poder extraordinário. As opulências do devoto não são o resulta­do de karma-kāṇḍa-vicāra. O devoto é sempre protegido por todas as opulências do Senhor Supremo, das quais ninguém pode privá-lo (teṣāṁ nityābhiyuktānāṁ yoga-kṣemaṁ vahāmy aham). Logo, opo­nente algum pode derrotar o devoto. Por conseguinte, o devoto não deve afastar-se deliberadamente do caminho da devoção. A Suprema Personalidade de Deus assegura toda proteção ao devoto fiel.

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