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VERSO 38

diṣṭyā hare ’syā bhavataḥ pado bhuvo
bhāro ’panītas tava janmaneśituḥ
diṣṭyāṅkitāṁ tvat-padakaiḥ suśobhanair
drakṣyāma gāṁ dyāṁ ca tavānukampitām

diṣṭyā — pela fortuna; hare — ó Senhor; asyāḥ — deste (mundo); bhavataḥ — de Vossa Onipotência; padaḥ — do lugar; bhuvaḥ — sobre esta Terra; bhāraḥ — a opressão criada pelos demônios; apanītaḥ — agora removida; tava — de Vossa Onipotência; janmanā — pelo aparecimento como uma encarnação; īśituḥ — Vós, o controlador de tudo; diṣṭyā — e pela fortuna; aṅkitām — marcados; tvat-padakaiḥ — por vossos pés de lótus; su-śobhanaiḥ — que estão transcendentalmente decorados com as marcas do búzio, do disco, do lótus e da maça; drakṣyāma — com certeza observaremos; gām — nesta Terra; dyām ca — no céu também; tava anukampitām — devido à Vossa imotivada misericórdia para conosco.

Ó Senhor, somos afortunados porque a forte opressão que os demônios infligem a esta Terra é imediatamente eliminada com o Vosso aparecimento. Com efeito, somos muito afortunados, pois nos tornaremos capazes de ver, nesta Terra e nos planetas celestiais, as marcas do lótus, do búzio, da maça e do disco que adornam Vossos pés de lótus.

SIGNIFICADO—As solas dos pés de lótus do Senhor são marcadas com śaṅkha­-cakra-gadā-padma – búzio, disco, maça e lótus – e também por uma bandeira e um raio. Quando Kṛṣṇa caminha nesta Terra ou nos planetas celestiais, essas marcas são visíveis onde quer que Ele pise. Vṛndāvana-dhāma é um lugar transcendental porque Kṛṣṇa lo­comove-Se frequentemente nesse solo. Os habitantes de Vṛndāvana tinham a fortuna de ver essas marcas espalhadas em vários lugares. Quando Akrūra foi a Vṛndāvana para buscar Kṛṣṇa e Balarāma e levá-lOs para o festival promovido por Kaṁsa, ele caiu ao chão e começou a suspirar ao ver as marcas dos pés de lótus do Senhor desenhadas no solo de Vṛndāvana. Essas marcas são visíveis aos devotos que recebem a imotivada misericórdia da Suprema Personalidade de Deus (tavānukampitām). Os semideuses se alegraram não apenas porque o aparecimento do Senhor Supremo findaria os problemas causados pelos demônios opressores, mas também porque conseguiriam ver no solo as marcas transcendentais das solas dos pés de lótus do Senhor. As gopīs sempre pensavam nos pés de lótus do Senhor quando Ele caminhava nos campos de pastagens, e, como se descreve no verso an­terior, pelo simples fato de pensar nos pés de lótus do Senhor, as gopīs sentiam-se plenamente absortas em transcendência (āviṣṭa-cetā na bhavāya kalpate). A exemplo das gopīs, aquele que vive absorto em pensar no Senhor ultrapassa a plataforma material e não permanecerá neste mundo material. É nosso dever, portanto, sempre ouvir, cantar e pensar nos pés de lótus do Senhor, como de fato fazem os vaiṣṇavas que decidiram viver sempre em Vṛndāvana e pensar nos pés de lótus do Senhor vinte e quatro horas por dia.

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