VERSO 10
āsann utpatha-gāminyaḥ
kṣudra-nadyo ’nuśuṣyatīḥ
puṁso yathāsvatantrasya
deha-draviṇa-sampadaḥ
āsan — tornaram-se; utpatha-gāminyaḥ — desviados de seus cursos; kṣudra — insignificantes; nadyaḥ — os rios; anuśuṣyatīḥ — secando-se; puṁsaḥ — de alguém; yathā — como; asvatantrasya — que não é independente (isto é, que está sob o controle dos sentidos); deha — o corpo; draviṇa — propriedade física; sampadaḥ — e riqueza.
Com a chegada da estação das chuvas, os regatos insignificantes, que se haviam secado, começaram a avolumar-se e, então, desviaram-se de seus cursos naturais, assim como acontece com o corpo, os bens e o dinheiro de um homem controlado pelos impulsos dos sentidos.
SIGNIFICADO—Śrīla Prabhupāda comenta: “Durante a estação das chuvas, várias pequenas lagoas, tanques e riachos se enchem de água; do contrário, eles ficam secos o resto do ano. Igualmente, os materialistas são secos, mas, às vezes, quando estão em uma posição que se pode chamar de opulenta, com lar e filhos ou um pequeno saldo bancário, eles parecem prosperar, mas, logo depois, tornam a secar, como os pequenos riachos e tanques. O poeta Vidyāpati disse que, na sociedade de amigos, família, filhos, esposa etc., decerto existe algum prazer, mas esse prazer se compara a uma gota de água no deserto. Todos anseiam pela felicidade, assim como no deserto todos anseiam por água. Se, no deserto, aparecer uma gota de água, o benefício dessa água será muito insignificante. Em nosso modo de vida materialista, ansiamos por um oceano de felicidade, mas, na forma de sociedade, amigos e amor mundano, não estamos conseguindo mais do que uma gota de água. Nossa satisfação nunca é alcançada, assim como os pequenos riachos, lagoas e tanques nunca se enchem de água na estação seca.”