VERSO 49
vaṇiṅ-muni-nṛpa-snātā
nirgamyārthān prapedire
varṣa-ruddhā yathā siddhāḥ
sva-piṇḍān kāla āgate
vaṇik — os mercadores; muni — os sábios renunciantes; nṛpa — os reis; snātāḥ — e os estudantes brahmacārīs; nirgamya — saindo; arthān — seus objetos desejados; prapedire — alcançavam; varṣa — pela chuva; ruddhāḥ — impedidos; yathā — como; siddhāḥ — pessoas aperfeiçoadas; sva-piṇḍān — as formas a que aspiram; kāle — quando o tempo; āgate — chega.
Os mercadores, os sábios, os reis e os estudantes brahmacārīs, presos em casa por causa da chuva, estavam enfim livres para sair e alcançar o objeto de seus desejos, assim como aqueles que alcançam a perfeição nesta vida podem, quando chega o tempo oportuno, abandonar o corpo material e obter suas respectivas formas.
SIGNIFICADO—Śrīla Prabhupāda comenta: “Em Vṛndāvana, a estação do outono era especialmente muito bela por causa da presença da Suprema Personalidade de Deus, Kṛṣṇa e Balarāma. A comunidade mercantil, a ordem real e os grandes sábios estavam livres para se movimentar e conseguir as bênçãos que desejavam. Igualmente, os transcendentalistas, quando libertos do engaiolamento do corpo material, também alcançavam a meta que desejavam. Durante a estação das chuvas, a comunidade mercantil não pode viajar de um lugar a outro e, assim, não consegue o lucro desejado. Nem pode a ordem real ir de um lugar a outro para cobrar impostos do povo. Quanto aos santos que devem viajar para pregar o conhecimento transcendental, eles também são estorvados pela estação das chuvas. Durante o outono, entretanto, todos eles deixam seu confinamento. No caso do transcendentalista, seja ele um jñānī, um yogī ou um devoto, ele não pode de fato gozar a realização espiritual por causa do corpo material. Logo que abandona o corpo, ou depois da morte, porém, o jñānī se funde na refulgência espiritual do Senhor Supremo, o yogī se transfere para os vários planetas superiores, e o devoto vai para o planeta do Senhor Supremo, Goloka Vṛndāvana, ou os Vaikuṇṭhas, gozando, assim, a vida espiritual eterna.”
Neste ponto, encerram-se os significados apresentados pelos humildes servos de Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupāda referentes ao décimo canto, vigésimo capítulo, do Śrīmad-Bhāgavatam, intitulado “A Estação das Chuvas e o Outono em Vṛndāvana”.