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VERSO 14

prāyo batāmba vihagā munayo vane ’smin
kṛṣṇekṣitaṁ tad-uditaṁ kala-veṇu-gītam
āruhya ye druma-bhujān rucira-pravālān
śṛṇvanti mīlita-dṛśo vigatānya-vācaḥ

prāyaḥ — quase; bata — decerto; amba — ó mãe; vihagāḥ — os pássaros; munayaḥ — grandes sábios; vane — na floresta; asmin — esta; kṛṣṇa-īkṣitam — a fim de ver Kṛṣṇa; tat-uditam — criadas por Ele; kala-veṇu-gītam — doces vibrações produzidas pelo tocar da flauta; āruhya — subindo; ye — que; druma-bhujān — aos galhos das árvores; rucira-pravālān — tendo belas trepadeiras e ramos; śṛṇvanti — ouvem; mīlita-dṛśaḥ — fechando os olhos; vigata-anya-vācaḥ — parando todos os outros sons.

Ó mãe, todos os pássaros nesta floresta subiram aos belos galhos das árvores para ver Kṛṣṇa. De olhos fechados, estão apenas escutando em silêncio as doces vibrações de Sua flauta e não sentem atração por nenhum outro som. Sem dúvida, esses pássaros estão no mesmo nível de grandes sábios.

SIGNIFICADOOs pássaros assemelham-se a sábios porque vivem na floresta, mantêm os olhos fechados, guardam silêncio e ficam imóveis. De forma significativa, aqui se afirma que até os grandes sábios enlouquecem com o som da flauta de Kṛṣṇa, o qual é uma vibração com­pletamente espiritual.

A expressão rucira-pravālān indica que mesmo os galhos das árvores ficam em êxtase quando atingidos pela vibração da flauta de Kṛṣṇa. Indra, Brahmā, Śiva e Viṣṇu, sendo deuses primordiais, viajam por todo o universo e têm amplo conhecimento da ciência musical; ainda assim, nem mesmo essas grandes personalidades já ouvi­ram ou compuseram música como a que emana da flauta de Kṛṣṇa. De fato, os pássaros ficam tão comovidos com o som bem-aventurado que, em seu êxtase, fecham os olhos e agarram-se aos galhos para não caírem das árvores.

Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura explica que as gopīs às vezes costumavam chamar umas às outras de amba, “mãe”.

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