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VERSO 42

aho paśyata nārīṇām
api kṛṣṇe jagad-gurau
duranta-bhāvaṁ yo ’vidhyan
mṛtyu-pāśān gṛhābhidhān

aho paśyata — vede só; nārīṇām — destas mulheres; api — mesmo; kṛṣṇe — pelo Senhor Kṛṣṇa; jagat-gurau — o mestre espiritual do universo inteiro; duranta — ilimitada; bhāvam — a devoção; yaḥ — que; avidhyat — rompeu; mṛtyu — da morte; pāśān — os grilhões; gṛha-­abhidhān — conhecidos como vida familiar.

Vede só o amor ilimitado que estas mulheres desenvolveram pelo Senhor Kṛṣṇa, o mestre espiritual do universo inteiro! Este amor rompeu-lhes os próprios grilhões da morte, representados por seu apego à vida familiar.

SIGNIFICADOAparentemente, os esposos, pais, sogros e assim por diante, eram os gurus, ou mestres, das damas. Contudo, as mulheres haviam atin­gido a perfeição em consciência de Kṛṣṇa, ao passo que os homens haviam caído nas trevas da ignorância.

Segundo Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura, ao retornarem para casa, as mulheres mostravam sintomas extáticos transcendentais, tais como tremor do corpo, derramamento de lágrimas, arrepio dos pelos do corpo e descoloração da tez, enquanto exclamavam, com a voz embargada: “Ó prazer da minha vida, ó Kṛṣṇa!”

Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura continua explicando que, em­bora se possa contestar que não é conveniente que uma mulher ame alguém que não seu marido, aqui os próprios maridos indicam que eles são gurus apenas de imitação do Senhor Supremo, que é o jagad-guru, o preceptor e mestre espiritual universal. Os maridos notaram que as mulheres, por terem atingido a perfeição de seu apego transcendental por Kṛṣṇa, não manifestavam sequer um vestígio de apego por lar, marido, filhos e assim por diante. Por isso, daquele dia em diante, eles aceitaram aquelas damas como suas mestras espirituais adorá­veis e não mais pensavam nelas como suas esposas ou propriedade.

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