VERSO 15
śrī-bhagavān uvāca
mayā te ’kāri maghavan
makha-bhaṅgo ’nugṛhṇatā
mad-anusmṛtaye nityaṁ
mattasyendra-śriyā bhṛśam
śrī-bhagavān uvāca — a Suprema Personalidade de Deus disse; mayā — por Mim; te — a ti; akāri — foi feito; maghavan — Meu querido Indra; makha — de teu sacrifício; bhaṅgaḥ — a cessação; anugṛhṇatā — agindo para te mostrar misericórdia; mat-anusmṛtaye — objetivando a lembrança de Mim; nityam — constante; mattasya — de alguém inebriado; indra-śriyā — com a opulência de Indra; bhṛśam — grandemente.
A Suprema Personalidade de Deus disse: Meu querido Indra, foi por misericórdia que encerrei o sacrifício destinado a ti. Estavas demais inebriado com tua opulência proveniente de seres o rei dos céus, e Eu queria que te lembrasses sempre de Mim.
SIGNIFICADO—De acordo com Śrīdhara Svāmī, Indra e o Senhor Kṛṣṇa têm uma conversa muito franca, de coração para coração. Indra revelou sua mente ao Senhor, e agora o Senhor Kṛṣṇa também revela Sua própria intenção.
No verso onze deste capítulo, Indra declarou com toda a ênfase que, de fato, o Senhor Kṛṣṇa é tudo; logo, de acordo com os próprios critérios de Indra, esquecer o Senhor Kṛṣṇa é um evidente estado de insanidade. Ao fazer-nos relembrar de Sua existência suprema, o Senhor Supremo não está difundindo uma propaganda orgulhosa sobre Si mesmo tal qual um político ou artista mundanos. O Senhor é satisfeito conSigo mesmo em Sua própria existência infinita e está tentando amorosamente levar-nos de volta à nossa existência perfeita como Seus companheiros eternos.
Do ponto de vista de Deus, até mesmo o poderoso rei dos céus, Indra, é uma mera criança – e, em verdade, uma criança travessa –, daí o Senhor, sendo um pai atencioso, ter castigado Seu filho e o levado de volta à sanidade da consciência de Kṛṣṇa.