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VERSO 2

taṁ gṛhītvānayad bhṛtyo
varuṇasyāsuro ’ntikam
avajñāyāsurīṁ velāṁ
praviṣṭam udakaṁ niśi

tam — a ele; gṛhītvā — capturando; anayat — levou; bhṛtyaḥ — um servo; varuṇasya — de Varuṇa, o senhor do mar; asuraḥ — demônio; antikam — à presença (de seu amo); avajñāya — que menosprezara; āsurīm — o inauspicioso; velām — momento; praviṣṭam — tendo entra­do; udakam — na água; niśi — durante a noite.

Porque Nanda Mahārāja entrou na água na calada da noite, menosprezando que o momento era inauspicioso, um servo demoníaco de Varuṇa o capturou e o levou a seu amo.

SIGNIFICADO—Nanda Mahārāja pretendia quebrar o jejum durante o dia de Dvādaśī, para o qual só faltavam alguns minutos. Então, entrou na água para se banhar em um momento inauspicioso, antes de aparecerem os primeiros raios de luz da aurora.

Aqui se diz que o servo de Varuṇa que aprisionou Nanda Mahārāja era um asura, ou demônio, por razões óbvias. Primeiro, o servo era um tolo que ignorava a posição de Nanda Mahārāja como pai da Su­prema Verdade Absoluta em Seu passatempo. Além disso, a intenção de Nanda Mahārāja era cumprir os preceitos da escritura; logo, o servo de Varuṇa não devia ter prendido Nanda em razão da alegação técnica de que ele se banhava no Yamunā em um momento inauspicio­so. Mais adiante neste capítulo, o próprio Varuṇa dirá que ajānatā māmakena mūḍhena: “Isso foi feito por meu servo ignorante, que é um tolo.” Esse servo tolo não compreendia a posição de Kṛṣṇa, nem de Nanda Mahārāja nem do serviço devocional ao Senhor.

Em conclusão, é claro que o Senhor Kṛṣṇa queria dar uma audiên­cia pessoal a Varuṇa e, ao mesmo tempo, cumprir outros propósitos didáticos. Agora se desenrolará este maravilhoso passatempo.

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