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VERSOS 21-22

dṛṣṭaṁ vanaṁ kusumitaṁ
rākeśa-kara-rañjitam
yamunānila-līlaijat
taru-pallava-śobhitam

tad yāta mā ciraṁ goṣṭhaṁ
śuśrūṣadhvaṁ patīn satīḥ
krandanti vatsā bālāś ca
tān pāyayata duhyata

dṛṣṭam — vista; vanam — a floresta; kusumitam — cheia de flores; rākā-īśa — da lua, o senhor da deusa que rege o dia de lua cheia; kara — pela mão; rañjitam — tornada resplandecente; yamunā — que vem do rio Yamunā; anila — pelo vento; līlā — de brincadeira; ejat — tremendo; taru — das árvores; pallava — com as folhas; śobhitam — embelezada; tat — portanto; yāta — regressai; mā ciram — sem demora; goṣṭham — à vila dos vaqueiros; śuśrūṣadhvam — deveis servir; patīn — vossos maridos; satīḥ — ó castas mulheres; krandanti — estão cho­rando; vatsāḥ — os bezerros; bālāḥ — as crianças; ca — e; tān — a eles; pāyayata — amamentai; duhyata — dai leite de vaca.

Agora vistes esta floresta de Vṛndāvana, cheia de flores e resplandecente com a luz da lua cheia. Vistes a beleza das árvores, com suas folhas a balançar com a suave brisa que vem do Yamu­nā. Agora, portanto, regressai à vila dos vaqueiros. Não vos demo­reis. Ó moças castas, prestai serviço a vossos maridos e alimentai vossos filhos e bezerros que estão a chorar.

SIGNIFICADO—Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura apresenta as seguintes explicações adicionais sobre o verso vinte e dois: “O Senhor Kṛṣṇa diz: ‘Portanto, não espereis muito tempo antes de ir, mas ide agora mesmo.’ A palavra satīḥ significa que as gopīs são leais a seus ma­ridos; portanto, Kṛṣṇa indica que as gopīs devem servir seus maridos para que estes possam cumprir seus deveres religiosos, e que as gopīs também devem ser consideradas adoráveis por causa de sua castida­de. Tudo isso Kṛṣṇa diz às gopīs casadas. E às mocinhas solteiras, Ele diz: ‘Os bezerros estão chorando, então providenciai leite para eles.’ Às gopīs muni-cārī, Ele diz: ‘Vossos bebês estão chorando, então amamentai-os.’”

Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura revela ainda o significado oculto destes dois versos da seguinte maneira: “No verso vinte e um, Kṛṣṇa poderia ter dito: ‘Esta Vṛndāvana é, em verdade, o melhor dos lugares, e, além disso, esta é uma noite de lua cheia. Ainda mais, temos o Yamunā por todos os lados, e há brisas frescas, suaves e perfumadas. Todas estas são opulências transcendentais que estimu­lam os intercâmbios amorosos, e já que Eu também estou aqui como a principal opulência extática – o objeto de amor –, vamos testar agora quanta habilidade podeis mostrar ao saborear as rasas.’

“No verso vinte e dois, Ele intenciona dizer: ‘Então, por muito tem­po, durante toda esta noite, não partais, mas sim ficai aqui e desfrutai coMigo. Não vades servir vossos maridos e as senhoras gentis – vossas sogras e assim por diante. Não ficaria bem que desperdiçás­seis tanta beleza e juventude, que são dons do criador. Tampouco deveis ordenhar as vacas ou dar leite aos bezerros e bebês. O que é que vós, que sois tão cheias de atração extática por Mim, tendes a ver com esses assuntos?’”

Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura também explica que as gopīs não puderam ter completa certeza sobre qual era a intenção exata de Kṛṣṇa – se Ele só estava brincando, convidando-as a ficar ou instruindo-as a voltar para casa. Dessa maneira, quando Śrī Kṛṣṇa falou sobre a beleza da floresta, as gopīs ficaram desconcertadas e confusas e olharam para as árvores, e quando Ele falou sobre o Yamunā, elas olharam para o rio ao redor. Sua absoluta pureza e simplicidade, junto com sua absoluta devoção ao Senhor Kṛṣṇa no humor conjugal, criaram os mais belos passatempos jamais exibidos neste universo.

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