VERSOS 3-4
yasya nirhrāditenāṅga
niṣṭhureṇa gavāṁ nṛṇām
patanty akālato garbhāḥ
sravanti sma bhayena vai
nirviśanti ghanā yasya
kakudy acala-śaṅkayā
taṁ tīkṣṇa-śṛṅgam udvīkṣya
gopyo gopāś ca tatrasuḥ
yasya — cujo; nirhrāditena — pelo som reverberante; aṅga — meu querido rei (Parīkṣit); niṣṭhureṇa — áspero; gavām — das vacas; nṛṇām — dos seres humanos; patanti — caem; akālataḥ — fora do tempo; garbhāḥ — os embriões; sravanti sma — são abortados; bhayena — por causa do medo; vai — de fato; nirviśanti — entram; ghanāḥ — as nuvens; yasya — cujo; kakudi — à corcova; acala — como uma montanha; śaṅkayā — pela identificação errônea; tam — a ele; tīkṣṇa — agudos; śṛṅgam — cujos chifres; udvīkṣya — vendo; gopyaḥ — as vaqueiras; gopāḥ — os vaqueiros; ca — e; tatrasuḥ — ficaram assustados.
Meu querido rei, nuvens pairavam sobre a corcova do Ariṣṭāsura de chifres pontiagudos, tomando-a por uma montanha, e quando os vaqueiros e as senhoras avistaram o demônio, ficaram aterrorizados. De fato, a reverberação estridente de seus berros assustou de tal maneira as vacas e mulheres grávidas que elas abortaram.
SIGNIFICADO—A literatura védica categoriza o aborto da seguinte maneira, ā-caturthād bhavet srāvaḥ pātaḥ pañcama-ṣaṣṭhayoḥ/ ata ūrdhvaṁ prasūtiḥ syāt: “Até o quarto mês, um parto prematuro chama-se srāva; no quinto mês e sexto mês, chama-se pāta, e, depois disso, é considerado um nascimento (prasūti).”