VERSO 22
na tasya kaścid dayitaḥ suhṛttamo
na cāpriyo dveṣya upekṣya eva vā
tathāpi bhaktān bhajate yathā tathā
sura-drumo yadvad upāśrito ’rtha-daḥ
na tasya — Ele não tem; kaścit — nenhum; dayitaḥ — favorito; suhṛttamaḥ — melhor amigo; na ca — nem; apriyaḥ — não favorecido; dveṣyaḥ — odiado; upekṣyaḥ — desprezado; eva — de fato; vā — ou; tathā api — ainda; bhaktān — a Seus devotos; bhajate — Ele corresponde; yathā — como eles são; tathā — de modo correspondente; suradrumaḥ — uma árvore-dos-desejos celestial; yadvat — assim como; upāśritaḥ — torna-se abrigo de; artha — benefícios desejados; daḥ — que concede.
O Senhor Supremo não tem um amigo favorito ou mais querido, tampouco considera alguém indesejável, desprezível ou digno de ser negligenciado. Ainda assim, Ele corresponde amorosamente com Seus devotos da mesma maneira que eles O adorem, assim como as árvores celestiais satisfazem os desejos de quem quer que delas se aproxime.
SIGNIFICADO—O Senhor diz algo semelhante na Bhagavad-gītā (9.29):
samo ’haṁ sarva-bhūteṣu
na me dveṣyo ’sti na priyaḥ
ye bhajanti tu māṁ bhaktyā
mayi te teṣu cāpy aham
“Não invejo ninguém, tampouco sou parcial com alguém. Sou igual com todos. Porém, todo aquele que Me preste serviço com devoção é um amigo, está em Mim, e Eu também sou seu amigo.”
Igualmente, o Senhor Caitanya era tão duro como um raio para aqueles que O invejavam, e tão suave como uma rosa para aqueles que compreendiam Sua missão divina.