VERSOS 28-33
dadarśa kṛṣṇaṁ rāmaṁ ca
vraje go-dohanaṁ gatau
pīta-nīlāmbara-dharau
śarad-amburahekṣaṇau
kiśorau śyāmala-śvetau
śrī-niketau bṛhad-bhujau
su-mukhau sundara-varau
bala-dvirada-vikramau
dhvaja-vajrāṅkuśāmbhojaiś
cihnitair aṅghribhir vrajam
śobhayantau mahātmānau
sānukrośa-smitekṣaṇau
udāra-rucira-krīḍau
sragviṇau vana-mālinau
puṇya-gandhānuliptāṅgau
snātau viraja-vāsasau
pradhāna-puruṣāv ādyau
jagad-dhetū jagat-patī
avatīrṇau jagaty-arthe
svāṁśena bala-keśavau
diśo vitimirā rājan
kurvāṇau prabhayā svayā
yathā mārakataḥ śailo
raupyaś ca kanakācitau
dadarśa — ele viu; kṛṣṇam rāmam ca — o Senhor Kṛṣṇa e o Senhor Balarāma; vraje — na vila de Vraja; go — as vacas; dohanam — para o lugar de ordenhar; gatau — que iam; pīta-nīla — amarelas e azuis; ambara — roupas; dharau — usando; śarat — da estação do outono; amburuha — como lótus; īkṣaṇau — cujos olhos; kiśorau — os dois jovens; śyāmala-śvetau — azul-escuro e branco; śrī-niketau — os abrigos da deusa da fortuna; bṛhat — poderosos; bhujau — cujos braços; su-mukhau — com rostos atraentes; sundara-varau — os mais belos; bala — jovem; dvirada — como um elefante; vikramau — cujo andar; dhvaja — pela bandeira; vajra — raio; aṅkuśa — aguilhão para tanger elefantes; ambhojaiḥ — e lótus; cihnitaiḥ — marcados; aṅghribhiḥ — com Seus pés; vrajam — o pasto das vacas; śobhayantau — embelezando; mahā-ātmānau — grandes almas; sa-anukrośa — compassivos; smita — e sorridentes; īkṣaṇau — cujos olhares; udāra — magnânimos; rucira — e atraentes; krīḍau — cujos passatempos; srak-vinau — usando colares de pedras preciosas; vana-mālinau — e guirlandas de flores; puṇya — auspiciosas; gandha — com substâncias fragrantes; anulipta — ungidos; aṅgau — cujos membros; snātau — banhados há pouco; viraja — imaculadas; vāsasau — cujas roupas; pradhāna — as mais elevadas; puruṣau — duas pessoas; ādyau — primordiais; jagat-dhetū — as causas do universo; jagat-patī — os senhores do universo; avatīrṇau — tendo descido; jagati-arthe — para o benefício do universo; sva-aṁśena — em Suas formas distintas; bala-keśavau — Balarāma e Keśava; diśaḥ — todas as direções; vitimirāḥ — livres da escuridão; rājan — ó rei; kurvāṇau — fazendo; prabhayā — com a refulgência; svayā — Sua própria; yathā — como; mārakataḥ — feita de esmeralda; śailaḥ — uma montanha; raupyaḥ — uma feita de prata; ca — e; kanaka — com ouro; acitau — ambas decoradas.
Então, Akrūra viu Kṛṣṇa e Balarāma na vila de Vraja, indo ordenhar as vacas. Kṛṣṇa usava roupas amarelas, e Balarāma, azuis, e Seus olhos assemelhavam-se aos lótus de outono. A tez de um daqueles dois jovens de potentes braços, abrigos da deusa da fortuna, era azul-escura, e a do outro era branca. Com Seus rostos de finos traços, Eles eram as mais belas de todas as personalidades. Enquanto caminhavam com a passada de jovens elefantes, olhando ao redor com sorrisos compassivos, aquelas duas enaltecidas personalidades embelezavam o pasto das vacas com as impressões de Seus pés, que tinham as marcas da bandeira, do raio, do aguilhão para tanger elefantes e do lótus. Os dois Senhores, cujos passatempos são muito magnânimos e atrativos, estavam adornados com colares de pedras preciosas e guirlandas de flores, ungidos com substâncias fragrantes e auspiciosas, recém-banhados e vestidos em trajes imaculados. Eles eram as Supremas Personalidades primordiais, os senhores e as causas originais dos universos, os quais, para o benefício da Terra, haviam descido agora em Suas formas distintas de Keśava e Balarāma. Ó rei Parīkṣit, Eles pareciam duas montanhas decoradas de ouro, uma com esmeralda e a outra com prata, e, com Sua refulgência, dissipavam a escuridão do céu em todas as direções.