VERSO 28
nivārayāmaḥ samupetya mādhavaṁ
kiṁ no ’kariṣyan kula-vṛddha-bāndhavāḥ
mukunda-saṅgān nimiṣārdha-dustyajād
daivena vidhvaṁsita-dīna-cetasām
nivārayāmaḥ — paremos; samupetya — indo até Ele; mādhavam — Kṛṣṇa; kim — o que; naḥ — para nós; akariṣyan — farão; kula — da família; vṛddha — os anciãos; bāndhavāḥ — e nossos parentes; mukunda-saṅgāt — da companhia do Senhor Mukunda; nimiṣa — de um piscar de olhos; ardha — pela metade; dustyajāt — que é impossível deixar; daivena — pelo destino; vidhvaṁsita — separado; dīna — infelizes; cetasām — cujos corações.
Aproximemo-nos diretamente de Mādhava e não O deixemos partir. O que nos podem fazer os membros mais velhos de nossas famílias e outros parentes? Agora que o destino nos está separando de Mukunda, nossos corações já estão infelizes, pois não suportamos perder Sua companhia nem mesmo por uma fração de segundo.
SIGNIFICADO—Śrīla Viśvanātha Cakravartī descreve o que as gopīs pensavam: “Vamos agora mesmo até Kṛṣṇa e puxemos Suas roupas e mãos e insistamos que Ele desça da quadriga e fique aqui conosco. Nós lhe diremos: ‘Não atraia sobre Ti a reação pecaminosa de assassinar tantas mulheres!’”
“Mas se fizermos isso”, disseram outras gopīs, “nossos parentes e os anciãos da vila descobrirão nosso amor secreto por Kṛṣṇa e nos abandonarão.”
“Mas o que eles podem fazer conosco?”
“Sim, nossas vidas já estão arruinadas agora que Kṛṣṇa vai embora. Nada temos a perder.”
“É verdade. Permaneceremos na floresta de Vṛndāvana como deusas regentes e, então, poderemos realizar nosso verdadeiro desejo – ficar com Kṛṣṇa na floresta.”
“Sim, e mesmo que os anciãos e nossos parentes nos castiguem batendo em nós ou trancando-nos, ainda podemos viver felizes sabendo que Kṛṣṇa está morando em nossa vila. Algumas de nossas amigas que não estiverem presas descobrirão uma maneira engenhosa de nos trazerem os restos da comida de Kṛṣṇa, de modo que poderemos continuar vivas. Mas se Kṛṣṇa não for detido, com certeza morreremos.”