VERSOS 20-23
dadarśa tāṁ sphāṭika-tuṇga-gopura-
dvārāṁ bṛhad-dhema-kapāṭa-toraṇām
tāmrāra-koṣṭhāṁ parikhā-durāsadām
udyāna-ramyopavanopaśobhitām
sauvarṇa-śṛṅgāṭaka-harmya-niṣkuṭaiḥ
śreṇī-sabhābhir bhavanair upaskṛtām
vaidūrya-vajrāmala-nīla-vidrumair
muktā-haridbhir valabhīṣu vediṣu
juṣṭeṣu jālāmukha-randhra-kuṭṭimeṣv
āviṣṭa-pārāvata-barhi-nāditām
saṁsikta-rathyāpaṇa-mārga-catvarāṁ
prakīrṇa-mālyāṅkura-lāja-taṇḍulām
āpūrṇa-kumbhair dadhi-candanokṣitaiḥ
prasūna-dīpāvalibhiḥ sa-pallavaiḥ
sa-vṛnda-rambhā-kramukaiḥ sa-ketubhiḥ
sv-alaṅkṛta-dvāra-gṛhāṁ sa-paṭṭikaiḥ
dadarśa — Ele viu; tam — aquela (cidade); sphāṭika — de cristal; tuṅga — altas; gopura — cujos portões principais; dvārām — e portões de casas; bṛhat — imensos; hema — ouro; kapāṭa — cujas portas; toraṇām — e arcos ornamentais; tāmra — de cobre; āra — e bronze; koṣṭhām — cujos armazéns; parikhā — com seus canais; durāsadām — invioláveis; udyāna — com jardins públicos; ramya — atraentes; upavana — e parques; upaśobhitam — embelezada; sauvarṇa — de ouro; śṛṅgāṭaka — com encruzilhadas; harmya — mansões; niṣkuṭaiḥ — e jardins aprazíveis; śreṇī — de grêmios; sabhābhiḥ — com os salões de assembleias; bhavanaiḥ — e com casas; upaskṛtām — ornamentada; vaidūrya — com joias vaidūrya; vajra — diamantes; amala — quartzos de cristal; nīla — safiras; vidrumaiḥ — e corais; muktā — com pérolas; haridbhiḥ — e esmeraldas; valabhīṣu — nos painéis de madeira que decoram os caibros na frente das casas; vediṣu — em varandas com colunas; juṣṭeṣu — enfeitados; jāla-āmukha — das treliças das janelas; randhra — nas aberturas; kuṭṭimeṣu — e em assoalhos incrustados com pedras preciosas; āviṣṭa — sentado; pārāvata — com os pombos de estimação; barhi — e os pavões; nāditām — ressoando; saṁsikta — borrifados de água; rathyā — com avenidas reais; āpaṇa — ruas comerciais; mārga — outras estradas; catvarām — e quintais; prakīrṇa — espalhados; mālya — com guirlandas de flores; aṅkura — brotos novos; lāja — cereais torrados; taṇḍulām — e arroz; āpūrṇa — cheios; kumbhaiḥ — com potes; dadhi — com iogurte; candana — e pasta de sândalo; ukṣitaiḥ — ungidas; prasūna — com pétalas de flores; dīpa-āvalibhiḥ — e fileiras de lamparinas; sa-pallavaiḥ — com folhas; sa-vṛnda — com buquês de flores; rambhā — com troncos de bananeiras; kramukaiḥ — e troncos de nogueiras de bétel; sa-ketubhiḥ — com bandeiras; su-alaṅkṛta — belamente adornadas; dvāra — com portas; gṛhām — cujas casas; sa-paṭṭikaiḥ — com fitas.
O Senhor viu Mathurā, com seus altos portões e entradas domiciliares feitos de cristal, seus imensos arcos e portais de ouro, seus celeiros e outros depósitos feitos de cobre e bronze, e seus fossos inexpugnáveis. Embelezando a cidade, havia jardins e parques agradáveis. As principais encruzilhadas eram enfeitadas de ouro, e havia mansões com jardins de recreio particulares, junto de salões para reunião e muitas outras construções. Mathurā ressoava com os gritos de pavões e pombos de estimação, que se sentavam nas pequenas aberturas das treliças das janelas e nos assoalhos incrustados de pedras preciosas e também nas varandas sustentadas por colunas e nos caibros ornados na frente das casas. Estas varandas e caibros eram adornados com pedras vaidūrya, diamantes, quartzos de cristal, safiras, corais, pérolas e esmeraldas. Todas as avenidas reais e ruas comerciais, bem como as travessas e quintais, estavam borrifadas de água, e guirlandas de flores, brotos recémcrescidos, cereais torrados e arroz tinham sido espalhados por toda parte. Enfeitando os portais das casas, havia potes belamente decorados cheios de água, que eram enfeitados com folhas de manga, untados com iogurte e pasta de sândalo, e rodeados de pétalas de flores e fitas. Junto aos potes, havia bandeiras, fileiras de lamparinas, buquês de flores, troncos de bananeiras e nogueiras de bétel.
SIGNIFICADO—Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura fornece esta descrição dos potes belamente decorados: “Do lado de cada porta, em cima do arroz espalhado, há um pote. Rodeando cada pote, há pétalas de flores; em seu gargalo, há fitas, e em sua boca, há folhas de mangueira e de outras árvores. Em cima de cada pote, em um prato de ouro, há fileiras de lamparinas. Um tronco de bananeira fica dos dois lados de cada pote, e um tronco de nogueira de bétel fica na frente e também atrás. Bandeiras apoiam-se nos potes.”