VERSO 12
sa tāvat tasya ruṣṭasya
dṛṣṭi-pātena bhārata
deha-jenāgninā dagdho
bhasma-sād abhavat kṣaṇāt
saḥ — ele, Kālayavana; tāvat — imediatamente; tasya — dele, do homem acordado; ruṣṭasya — que estava irado; dṛṣṭi — do olhar; pātena — pelo lançar; bhārata — ó descendente de Bharata (Parīkṣit Mahārāja); deha-jena — gerado em seu próprio corpo; agninā — pelo fogo; dagdhaḥ — queimado; bhasma-sāt — até as cinzas; abhavat — foi; kṣaṇāt — em um momento.
O homem desperto estava irado e lançou seu olhar sobre Kālayavana, cujo corpo irrompeu em chamas. Em um momento, ó rei Parīkṣit, Kālayavana foi reduzido a cinzas.
SIGNIFICADO—O homem que incinerou Kālayavana com seu olhar chamava-se Mucukunda. Conforme ele explicará ao Senhor Kṛṣṇa, ele lutara por muito tempo a favor dos semideuses, recebendo como bênção, por fim, o direito de dormir sem ser perturbado. O Hari-vaṁśa explica que ele obteve a bênção adicional de ser capaz de destruir qualquer um que perturbasse seu sono. O Ācārya Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura cita o seguinte trecho do Śrī Hari-vaṁśa:
prasuptaṁ bodhayed yo māṁ
taṁ daheyam ahaṁ surāḥ
cakṣuṣā krodha-dīptena
evam āha punaḥ punaḥ
“Repetidas vezes, Mucukunda disse: ‘Ó semideuses, com olhos ardentes de ira, que eu possa incinerar qualquer um que me desperte do sono.’”
Śrīla Viśvanātha Cakravartī explica que Mucukunda fez esta exigência bastante mórbida para assustar o senhor Indra, que, de outro modo, pensava Mucukunda, poderia despertá-lo repetidamente para pedir ajuda no combate aos inimigos cósmicos de Indra. O consentimento de Indra ao pedido de Mucukunda está descrito como segue no Śrī Viṣṇu Purāṇa:
proktaś ca devaiḥ saṁsuptaṁ
yas tvām utthāpayiṣyati
deha-jenāgninā sadyaḥ
sa tu bhasmī-kariṣyati
“Os semideuses declararam: ‘Quem quer que te desperte do sono será subitamente reduzido a cinzas por um fogo gerado de seu próprio corpo.’”