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VERSOS 23-26

tam ālokya ghana-śyāmaṁ
pīta-kauśeya-vāsasam
śrīvatsa-vakṣasaṁ bhrājat
kaustubhena virājitam

catur-bhujaṁ rocamānaṁ
vaijayantyā ca mālayā
cāru-prasanna-vadanaṁ
sphuran-makara-kuṇḍalam

prekṣaṇīyaṁ nṛ-lokasya
sānurāga-smitekṣaṇam
apīvya-vayasaṁ matta-
mṛgendrodāra-vikramam

paryapṛcchan mahā-buddhis
tejasā tasya dharṣitaḥ
śaṅkitaḥ śanakai rājā
durdharṣam iva tejasā

tam — para Ele; ālokya — olhando; ghana — como uma nuvem; śyā­mam — azul-escura; pīta — amarela; kauśeya — seda; vāsasam — cuja roupa; śrīvatsa — a marca Śrīvatsa; vakasam — em cujo peito; bhrā­jat — brilhante; kaustubhena — com a joia Kaustubha; virājitam — reluzente; catu-bhujam — de quatro braços; rocamānam — embelezado; vaijayantyā — chamada Vaijayantī; ca — e; mālayā — pela guirlanda de flores; cāru — atraente; prasanna — e calmo; vadanam — cujo rosto; sphurat — refulgentes; makara — em forma de tubarões; kuṇḍalam — cujos brincos; prekaīyam — atraindo os olhos; n-lokasya — da humanidade; sa — com; anurāga — afeição; smita — sorridente; īkaam — cujos olhos ou olhar; apīvya — bela; vayasam — cuja forma juvenil; matta — irado; mga-indra — como um leão; udāra — nobre; vikra­mam — cujo andar; parya-pcchat — interrogou; mahā-buddhi — tendo grande inteligência; tejasā — pela refulgência; tasya — dEle; dhari­ta — dominado; śakita — tendo dúvida; śanakai — devagar; rājā — o rei; durdharam — invencível; iva — de fato; tejasā — com Sua reful­gência.

Ao olhar para o Senhor, o rei Mucukunda viu que Ele era azul­-escuro como uma nuvem, tinha quatro braços e usava uma roupa de seda amarela. Em Seu peito, trazia a marca Śrīvatsa e, em Seu pescoço, a refulgente joia Kaustubha. Adornado com uma guir­landa Vaijayantī, o Senhor exibia Seu belo e pacífico rosto, que atrai os olhos de toda a humanidade com seus brincos em forma de tubarão e com seu olhar sorridente e afetuoso. A beleza de Sua forma juvenil era insuperável, e Seu andar tinha a nobreza de um leão raivoso. O inteligentíssimo rei maravilhou-se diante da refulgência do Senhor, que mostrava ser Ele invencível. Expres­sando sua incerteza, Mucukunda interrogou hesitantemente o Senhor da seguinte maneira.

SIGNIFICADO—É significativo que o verso vinte e quatro afirme que catur-bhuja rocamānam: “O Senhor foi visto na beleza de Sua forma de quatro braços.” Em toda esta grande obra, encontramos o Senhor Kṛṣṇa manifestando Suas várias formas transcendentais, com mais destaque para a forma de dois braços de Kṛṣṇa e a forma de quatro braços de Nārāyaṇa ou Viṣṇu. Logo, não há dúvida de que Kṛṣṇa e Viṣṇu não são diferentes, ou de que Kṛṣṇa é a forma original do Senhor. Isso costuma ser objetivo de equívocos, mas os grandes ācāryas, peritos na ciência espiritual, esclareceram o assunto para nós. Deus em Sua forma original não é apenas o criador, mantenedor e destruidor, ou o punidor das almas condicionadas, mas sim a Divindade de beleza infinita, desfrutando por Si mesmo, em Sua própria morada. Essa é a forma de Kṛṣṇa, o mesmo Kṛṣṇa que Se expande nas formas de Viṣṇu para manter nosso desajeitado mundo.

Śrīla Jīva Gosvāmī menciona que a palavra śaṅkitaḥ, “que tem alguma dúvida”, indica que Mucukunda estava pensando: “É este, de fato, o Senhor Supremo?” Ele se expressa com franqueza nos versos seguintes.

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