VERSO 45
deha ādy-antavān eṣa
dravya-prāṇa-guṇātmakaḥ
ātmany avidyayā kḷptaḥ
saṁsārayati dehinam
dehaḥ — o corpo material; ādi — começo; anta — e fim; vān — que; eṣaḥ — este; dravya — dos elementos físicos; prāṇa — os sentidos; guṇa — e os modos primários da natureza material (bondade, paixão e ignorância); ātmakaḥ — composto; ātmani — ao eu; avidyayā — pela ignorância material; kḷptaḥ — imposto; saṁsārayati — faz experimentar o ciclo de nascimentos e mortes; dehinam — um ser corporificado.
Este corpo material, que tem começo e fim, é composto dos elementos físicos, dos sentidos e dos modos da natureza. O corpo, imposto ao eu em virtude da ignorância material, faz com que a pessoa experimente o ciclo de nascimentos e mortes.
SIGNIFICADO—O corpo material, constituído de várias qualidades, elementos etc. materiais, atrai e repele a alma condicionada e, dessa forma, enreda-a na existência material. Por causa da atração e repulsão por nosso próprio corpo e por outros corpos, estabelecemos relações temporárias, empenhamo-nos em grandes esforços e sacrifícios, fabricamos religiões imaginárias, fazemos nobres discursos e envolvemo-nos por completo na ilusão material. Como disse Shakespeare: “O mundo todo é um palco.” Para além do teatro um tanto absurdo da existência material, encontra-se o real e significativo mundo da consciência de Kṛṣṇa, a vida liberada das almas puras dedicadas ao serviço amoroso do Senhor Supremo.