VERSO 48
yathā śayāna ātmānaṁ
viṣayān phalam eva ca
anubhuṅkte ’py asaty arthe
tathāpnoty abudho bhavam
yathā — como; śayānaḥ — alguém adormecido; ātmānam — a si mesmo; viṣayān — objetos dos sentidos; phalam — os frutos; eva — de fato; ca — também; anubhuṅkte — experimenta; api — mesmo; asati arthe — naquilo que não é real; tathā — assim; āpnoti — sujeita-se; abudhaḥ — o homem sem inteligência; bhavam — a existência material.
Assim como alguém adormecido percebe a si mesmo, aos objetos do gozo dos sentidos e aos frutos de seus atos dentro da ilusão de um sonho; da mesma forma, quem não é inteligente tem de sujeitar-se à existência material.
SIGNIFICADO—Como se afirma no śruti, asaṅgo hy ayaṁ puruṣaḥ: “O ser vivo não tem relação íntima com o mundo material.” Este ponto é explicado no presente verso. Uma afirmação semelhante se encontra no Śrīmad-Bhāgavatam (11.22.56):
arthe ’hy avidyamāne ’pi
saṁsṛtir na nivartate
dhyāyato viṣayān asya
svapne ’narthāgamo yathā
“Para aquele que está meditando em gozo dos sentidos, a vida material, embora careça de existência real, não vai embora, assim como as experiências desagradáveis de um sonho não se vão.”