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VERSO 4

śrī-śuka uvāca
kadācid autthānika-kautukāplave
janmarkṣa-yoge samaveta-yoṣitām
vāditra-gīta-dvija-mantra-vācakaiś
cakāra sūnor abhiṣecanaṁ satī

śrī-śukaḥ uvāca — Śrī Śukadeva Gosvāmī continuou a falar (a pedido de Mahārāja Parīkṣit); kadācit — naquele momento (quando Kṛṣṇa tinha três meses de idade); autthānika-kautuka-āplave — quando tinha três ou quatro meses de idade e Seu corpo se desenvolvia, Kṛṣṇa tentou virar-Se, e essa agradável ocasião foi comemorada com um festival e uma cerimônia de ablução; janma-ṛkṣa-yoge — naquele mo­mento, havia também uma conjunção da Lua com a auspiciosa constelação Rohiṇī; samaveta-yoṣitām — (a cerimônia foi realizada) com a participação das mulheres reunidas, uma cerimônia de mães; vāditra-gīta — diferentes variedades de música e canto; dvija-mantra-vāca­kaiḥ — com o canto de hinos védicos por parte de brāhmaṇas qualificados; cakāra — executou; sūnoḥ — do seu filho; abhiṣecanam — a cerimônia de ablução; satī — mãe Yaśodā.

Śukadeva Gosvāmī disse: Quando o bebê de mãe Yaśodā inclinava Seu corpo, tentando levantar-Se e virar-Se, essa tentativa foi comemorada com uma cerimônia védica. Nessa cerimônia, chamada ut­thāna, que é realizada quando chega a hora de a criança sair de casa pela primeira vez, a criança recebe um banho adequado. Logo que Kṛṣṇa completou três meses de idade, mãe Yaśodā celebrou essa cerimônia com outras mulheres da vizinhança. Naquele dia, houve uma conjunção da Lua com a constelação Rohiṇī. À medida que os brāhmaṇas apresentaram-se, cantando hinos védicos, e músicos pro­fissionais também participaram, essa grande cerimônia era executada por mãe Yaśodā.

SIGNIFICADO—Em uma sociedade védica, é incogitável a ideia de superpopulação ou de os filhos serem um fardo para seus pais. Tal sociedade é tão bem organizada e as pessoas são tão avançadas em consciência espiritual que o nascimento de um filho jamais é tido como uma carga ou um incômodo. Quanto mais a criança cresce, mais seus pais ficam felizes, e quando a criança tenta virar-se, isso também causa muita alegria. Mesmo antes de a criança nascer, quando a mãe está grávida, realizam-se muitas cerimônias ritualísticas recomendadas. Por exemplo, quando faz três e sete meses que a criança está no ventre, há uma cerimônia que a mãe realiza, comendo com crianças que moram na vizinhança. Essa cerimônia chama-se svāda-bhakṣaṇa. De modo semelhante, existe a cerimô­nia garbhādhāna antes do nascimento da criança. Na civilização védica, o nascimento de uma criança ou a gravidez jamais são considerados como um fardo, senão que são motivo de alegria. Em contraste, as pessoas da civilização mo­derna não gostam da gravidez ou do nascimento de uma criança, e, quando surge uma criança, elas às vezes matam-na. Podemos simples­mente considerar como a sociedade humana decaiu desde a chegada de Kali-yuga. Embora as pessoas ainda aleguem serem civilizadas, não há verdadeira civilização humana na atualidade, senão que o que temos é apenas um agrupamento de animais bípedes.

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