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VERSO 31

kva śoka-mohau sneho vā
bhayaṁ vā ye ’jña-sambhavāḥ
kva cākhaṇḍita-vijñāna-
jñānaiśvaryas tv akhaṇḍitaḥ

kva — onde; śoka — lamentação; mohau — e perplexidade; snehaḥ — afeição material; — ou; bhayam — medo; — ou; ye — aqueles que; ajña — da ignorância; sambhavāḥ — nascidos; kva ca — e onde, por outro lado; akhaṇḍita — infinita; vijñāna — cuja percepção; jñāna — conhecimento; aiśvaryaḥ — e poder; tu — mas; akhaṇḍitaḥ — o infinito Senhor Supremo.

Como se podem atribuir características como lamentação, per­plexidade, afeição material ou temor, todos nascidos da ignorân­cia, ao infinito Senhor Supremo, cuja percepção, conhecimento e poder são todos igualmente infinitos?

SIGNIFICADO—Śrīla Prabhupāda escreve: “Lamentação, pesar e confusão são ca­racterísticas de almas condicionadas, mas como tais sintomas podem afetar a pessoa do Supremo, que é pleno de conhecimento, poder e toda opulência? De fato, não é possível, de modo algum, que o Senhor Kṛṣṇa Se tenha enganado pela prestidigitação mística de Śālva. Ele estava exibindo Seu passatempo de representar o papel de um ser humano.”

Todos os grandes comentadores do Bhāgavatam concluem que pesar, ilusão e medo, que nascem da ignorância da alma, jamais podem estar presentes nos transcendentais passatempos dramáticos representados pelo Senhor. Śrīla Jīva Gosvāmī apresenta muitos exem­plos dos passatempos de Kṛṣṇa para ilustrar este ponto. Por exem­plo, quando os vaqueirinhos entraram na boca de Aghāsura, o Senhor Kṛṣṇa pareceu espantado. De modo semelhante, quando Brahmā levou embora os vaqueirinhos e os bezerros do Senhor Kṛṣṇa, o Senhor, a princípio, começou a procurá-los, como se não soubesse onde eles estavam. Assim, o Senhor encena o papel de um ser humano comum a fim de saborear passatempos transcendentais com Seus devo­tos. Como Śukadeva Gosvāmī explica neste verso e no seguinte, jamais se deve pensar que a Personalidade de Deus é uma pessoa comum.

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