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VERSO 29

vatsān muñcan kvacid asamaye krośa-sañjāta-hāsaḥ
steyaṁ svādv atty atha dadhi-payaḥ kalpitaiḥ steya-yogaiḥ
markān bhokṣyan vibhajati sa cen nātti bhāṇḍaṁ bhinnatti
dravyālābhe sagṛha-kupito yāty upakrośya tokān

vatsān — os bezerros; muñcan — soltando; kvacit — às vezes; asa­maye — de vez em quando; krośa-sañjāta-hāsaḥ — depois disso, quando o chefe da casa fica irado, Kṛṣṇa começa a sorrir; steyam — obtidos através do roubo; svādu — muito saborosos; atti — come; atha — assim; dadhi-payaḥ — potes de coalhada e leite; kalpitaiḥ — planejada; steya-­yogaiḥ — por algum processo de furto; markān — aos macacos; bhokṣyan — dando para comer; vibhajati — divide sua porção; saḥ — o macaco; cet — se; na — não; atti — come; bhāṇḍam — o pote; bhinnatti — Ele quebra; dravya-alābhe — quando os comestíveis não são disponíveis ou Ele não consegue encontrar esses potes; sa-gṛha-kupitaḥ — fica com raiva dos moradores da casa; yāti — Ele vai embora; upakro­śya — irritando e beliscando; tokān — as criancinhas.

“Nossa querida amiga Yaśodā, teu filho às vezes vem a nossas casas antes da ordenha das vacas e solta os bezerros, e quando o dono da casa fica irado, teu filho simplesmente sorri. Certas vezes, Ele planeja algum processo para roubar coalhada saborosa, manteiga e leite, os quais Ele então come e bebe. Quando os macacos se reúnem, Ele divide isso com eles, e quando os macacos enchem tanto suas barrigas que não conseguem comer mais, Ele quebra os potes. Às vezes, se Ele não tem a oportunidade de roubar manteiga ou leite em uma casa, Ele fica com raiva dos chefes de família e, por vin­gança, agita as criancinhas beliscando-as. Então, quando as crianças começam a chorar, Kṛṣṇa vai embora.”

SIGNIFICADO—A narração das travessuras infantis de Kṛṣṇa costumava ser apre­sentada a mãe Yaśodā sob a forma de reclamações. Às vezes, Kṛṣṇa entrava na casa de um vizinho e, se não encontrava ninguém por ali, Ele soltava os bezerros antes da hora de as vacas serem ordenha­das. Na verdade, os bezerros normalmente seriam soltos depois que suas mães fossem ordenhadas, mas Kṛṣṇa os soltava antes e, por isso, os bezerros bebiam todo o leite de suas mães. Ao verem isso, os va­queiros passavam a perseguir Kṛṣṇa e tentavam agarrá-lO dizendo: “Aqui está Kṛṣṇa fazendo Suas travessuras”, mas Ele fugia e entrava em outra casa, onde voltava a planejar algum meio de roubar manteiga e coalhada. Então, os vaqueiros novamente tentavam capturá-lO, dizendo: “Eis o ladrão de manteiga. É melhor pegá-lO!” E eles fica­vam irados. Mas Kṛṣṇa simplesmente sorria, e eles se esqueciam de tudo. Outras vezes, na presença deles, Kṛṣṇa passava a comer a coalhada e a manteiga. Não havia necessidade de Kṛṣṇa comer manteiga, uma vez que Seu estômago estava sempre cheio, mas Ele tentava comê-la, ou então quebrava os potes e distribuía o conteúdo para os macacos. Dessa maneira, Kṛṣṇa sempre estava ocupado em fazer travessuras. Se, em alguma casa, Ele não podia encontrar manteiga ou coalhada para roubar, Ele entrava em um quarto e agitava as criancinhas que aí dormiam, beliscando-as, e quando elas choravam, Ele ia embora.

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