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VERSOS 15-16

śrī-bhadrovāca
pitā me mātuleyāya
svayam āhūya dattavān
kṛṣṇe kṛṣṇāya tac-cittām
akṣauhiṇyā sakhī-janaiḥ

asya me pāda-saṁsparśo
bhavej janmani janmani
karmabhir bhrāmyamāṇāyā
yena tac chreya ātmanaḥ

śrī-bhadrā uvāca — Śrī Bhadrā disse; pitā — pai; me — meu; mātu­leyāya — a meu primo materno; svayam — por sua própria vontade; āhūya — convidando; dattavān — deu; kṛṣṇe — ó Kṛṣṇā (Draupadī); kṛṣṇāya — ao Senhor Kṛṣṇa; tat — absorto em quem; cittām — cujo cora­ção; akṣauhiṇyā — com uma guarda militar akṣauhiṇī; sakhī janaiḥ — e com minhas companheiras; asya — dEle; me — para mim; pāda — dos pés; saṁsparśaḥ — o toque; bhavet — seja; janmani janmani — em uma vida após a outra; karmabhiḥ — devido às reações das atividades materiais; bhrāmyamāṇāyāḥ — que vaguearei; yena — pelo qual; tat — aquela; śreyaḥ — perfeição máxima; ātmanaḥ — de mim mesma.

Śrī Bhadrā disse: Minha querida Draupadī, meu pai, por sua es­pontânea vontade, convidou seu sobrinho Kṛṣṇa, a quem eu já entregara meu coração, e ofereceu-me a Ele como Sua noiva. Meu pai presenteou-me ao Senhor juntamente com uma guarda militar akṣauhiṇi e um séquito de minhas companheiras. Minha perfei­ção máxima consiste em poder tocar sempre os pés de lótus de Kṛṣṇa enquanto vagueio de vida em vida, atada por meu karma.

SIGNIFICADO—Com a palavra ātmanaḥ, a rainha Bhadrā fala não somente em seu nome, mas também em nome de todas as entidades vivas. A perfeição da alma (śreya ātmanaḥ) é o serviço devocional ao Senhor Kṛṣṇa, tanto neste mundo quanto no próximo, ou seja, na liberação.

Śrīla Jīva Gosvāmī comenta que, embora na sociedade civilizada seja normal considerar desrespeitoso falar em público o nome do guru ou do marido, o nome do Senhor Kṛṣṇa é único: a simples pro­núncia do nome Kṛṣṇa é recomendável como a mais elevada expres­são de reverência a Deus. Como se diz na Śvetāśvatara Upaniṣad (4.19), yasya nāma mahad yaśaḥ: “O santo nome do Senhor é sumamente glorioso.”

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