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VERSO 48

namo ’stu te ’dhyātma-vidāṁ parātmane
anātmane svātma-vibhakta-mṛtyave
sa-kāraṇākāraṇa-liṅgam īyuṣe
sva-māyayāsaṁvṛta-ruddha-dṛṣṭaye

namaḥ — reverências; astu — haja; te — a Vós; adhyātma — a Verdade Absoluta; vidām — para aqueles que conhecem; para-ātmane — a Alma Suprema; anātmane — à alma jīva condicionada; sva-ātma — de Vós (na forma do tempo); vibhakta — que dais; mṛtyave — morte; sa-kāra­ṇa — tendo uma causa; akāraṇa — não tendo causa; liṅgam — as formas (respectivamente, a forma material do universo e também Vossa forma espiritual original); īyuṣe — que assumis; sva-māyayā — por Vossa potência mística; asaṁvṛta — descoberta; ruddha — e bloquea­da; dṛṣṭaye — visão.

Ofereço-Vos minhas reverências. Sois compreendi­do como a Alma Suprema por aqueles que conhecem a Verdade Absoluta, ao passo que, sob Vossa forma do tempo, infligis a morte às almas esquecidas. Apareceis tanto em Vossa forma espiritual sem causa quanto na forma criada deste universo – desta maneira, ao mesmo tempo, descobris os olhos de Vossos devotos e obstruís a visão dos não-devotos.

SIGNIFICADO—Quando o Senhor aparece diante de Seus devotos em Sua forma espiritual eterna, os olhos deles ficam “descobertos” no sentido de que todos os vestígios de ilusão se dissipam e eles contemplam a bela visão da Verdade Absoluta, a Personalidade de Deus. Para os não­-devotos, por outro lado, o Senhor “aparece” como a natureza mate­rial, Sua forma universal, e, dessa maneira, cobre-lhes a visão para que Sua forma pessoal espiritual permaneça invisível para eles.

Śrīla Viśvanātha Cakravartī apresenta outra interpretação a este verso, baseada em uma compreensão alternativa de anātmane, uma forma da palavra anātmā: Várias classes de pessoas conhecem a Verdade Absoluta de diferentes maneiras. Os devotos do Senhor que estão no humor recíproco de admiração neutra (śānta-rasa) meditam no Supremo como o possuidor de uma forma pessoal divina (ātmā ou śrī-vigraha) que transcende todos os aspectos da ilusão material. Os filósofos impersonalistas (jñānīs) concebem-nO como amorfo (anātmā). E os de­mônios invejosos veem-nO sob a forma da morte.

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