VERSO 52
devāḥ kṣetrāṇi tīrthāni
darśana-sparśanārcanaiḥ
śanaiḥ punanti kālena
tad apy arhattamekṣayā
devāḥ — deidades do templo; kṣetrāṇi — locais de peregrinação; tīrthāni — e rios sagrados; darśana — por serem vistos; sparśana — tocados; arcanaiḥ — e adorados; śanaiḥ — gradualmente; punanti — purificam; kālena — com o tempo; tat api — o mesmo; arhat-tama — daqueles (brāhmaṇas) que são adorabilíssimos; īkṣayā — pelo olhar.
Alguém pode se purificar gradualmente por ver, tocar e adorar as deidades do templo, os locais de peregrinação e os rios sagrados. Mas pode-se obter o mesmo resultado de imediato pelo simples ato de receber o olhar de sábios elevados.
SIGNIFICADO—Em vez de ficarem isolados e concentrarem-se em sua própria perfeição, os brāhmaṇas vaiṣṇavas da ordem mais alta dedicam suas vidas a partilharem a bênção do serviço devocional ao Senhor. Nas palavras dos filhos do rei Prācīnabarhi:
teṣāṁ vicaratāṁ padbhyāṁ
tīrthānāṁ pāvanecchayā
bhītasya kiṁ na roceta
tāvakānāṁ samāgamaḥ
“Querido Senhor, Vossos associados pessoais, os devotos, vagueiam pelo mundo inteiro para purificarem inclusive os lugares sagrados de peregrinação. Não será esta atividade agradável para aqueles que realmente temem a existência material?” (Śrīmad-Bhāgavatam 4.30.37) E Prahlāda Mahārāja diz:
prāyeṇa deva munayaḥ sva-vimukti-kāmā
maunaṁ caranti vijane na parārtha-niṣṭhāḥ
naitān vihāya kṛpaṇān vimumukṣa eko
nānyaṁ tvad asya śaraṇam bhramato ’nupaśye
“Meu querido Senhor Nṛsiṁhadeva, vejo que, na verdade, existem muitas pessoas santas, mas elas estão interessadas unicamente em sua própria liberação. Não se preocupando com as grandes cidades e províncias, elas, sob voto de silêncio (mauna-vrata), vão aos Himalaias ou às florestas para meditar. Elas não estão interessadas em libertar os outros. Quanto a mim, entretanto, não quero me libertar sozinho e deixar de lado todos estes pobres tolos e patifes. Sei que, sem consciência de Kṛṣṇa, sem refugiar-se nos Vossos pés de lótus, ninguém pode ser feliz. Portanto, desejo trazer todos de volta ao refúgio de Vossos pés de lótus.” (Śrīmad-Bhāgavatam 7.9.44)