VERSO 15
tad dāma badhyamānasya
svārbhakasya kṛtāgasaḥ
dvy-aṅgulonam abhūt tena
sandadhe ’nyac ca gopikā
tat dāma — aquela corda usada para amarrar; badhyamānasya — que estava sendo amarrado por mãe Yaśodā; sva-arbhakasya — do seu próprio filho; kṛta-āgasaḥ — que era desobediente; dvi-aṅgula — dois dedos; ūnam — curta; abhūt — tornou-se; tena — àquela corda; sandadhe — juntou; anyat ca — outra corda; gopikā — mãe Yaśodā.
Quando tentava amarrar a criança desobediente, mãe Yaśodā viu que a corda era curta, faltando-lhe no comprimento a distância equivalente à largura de dois dedos. Assim, ela pegou outra corda e a emendou com a primeira.
SIGNIFICADO—Eis a primeira etapa em que Kṛṣṇa mostra Sua potência ilimitada a mãe Yaśodā quando ela tentou amarrá-lO: a corda era muito curta. O Senhor já apresentara Sua potência ilimitada matando Pūtanā, Śakaṭāsura e Tṛṇāvarta. Agora, Kṛṣṇa manifestava outro vibhūti, ou exibição de potência, a mãe Yaśodā. “A menos que Eu concorde”, Kṛṣṇa desejava mostrar, “não podes amarrar-Me”. Assim, embora mãe Yaśodā, em sua tentativa de amarrar Kṛṣṇa, amarrasse uma corda após a outra, ela fracassava por fim. Quando Kṛṣṇa concordou, entretanto, ela foi exitosa. Em outras palavras, a pessoa deve ter amor transcendental por Kṛṣṇa, mas isso não significa que ela possa controlar Kṛṣṇa. Quando Kṛṣṇa está satisfeito com o serviço devocional de alguém, Ele próprio faz tudo. Sevonmukhe hi jihvādau svayam eva sphuraty adaḥ. Ele revela mais e mais ao devoto à medida que o devoto avança em serviço. Jihvādau: Esse serviço começa com a língua, cantando e comendo kṛṣṇa-prasāda.
ataḥ śrī-kṛṣṇa-nāmādi
na bhaved grāhyam indriyaiḥ
sevonmukhe hi jihvādau
svayam eva sphuraty adaḥ
(Bhakti-rasāmṛta-sindhu 1.2.234)