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VERSO 14

ūcur mukundaika-dhiyo
gira unmatta-vaj jaḍam
cintayantyo ’ravindākṣaṁ
tāni me gadataḥ śṛṇu

ūcuḥ — falavam; mukunda — no Senhor Kṛṣṇa; eka — exclusivamen­te; dhiyaḥ — cujas mentes; giraḥ — palavras; unmatta — pessoas enlouquecidas; vat — como; jaḍam — aturdidas; cintayantyaḥ — pensando; aravinda-akṣam — sobre o Senhor de olhos de lótus; tāni — estas (palavras); me — de mim; gadataḥ — que estou contando; śṛṇu — por favor, ouve.

As rainhas ficavam aturdidas em transe extático, com suas mentes absortas apenas em Kṛṣṇa. Então, pensando em seu Senhor de olhos de lótus, elas falavam como se estivessem loucas. Por favor, ouve-me enquanto relato suas palavras.

SIGNIFICADO—Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura explica que essa aparência superficial de loucura das rainhas do Senhor Kṛṣṇa, como se tivessem ficado intoxicadas por dhattūra ou alguma outra droga alucinógena, era de fato a manifestação da sexta etapa progressiva do amor puro por Deus, tecnicamente chamada prema-vaicitrya. Śrīla Rūpa Go­svāmī refere-se a essa variedade de anurāga em seu Ujjvala-nīlamaṇi (15.134):

priyasya sannikarṣe ’pi
premotkarṣa-svabhāvataḥ
yā viśleṣa-dhiyārtis tat
prema-vaicitryam ucyate

“Quando, como subproduto natural do amor extremo, a pessoa sente a dor da separação mesmo na presença direta do amado, esse estado se chama prema-vaicitrya.”

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