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VERSO 17

abhyasen manasā śuddhaṁ
trivṛd-brahmākṣaraṁ param
mano yacchej jita-śvāso
brahma-bījam avismaran

abhyaset — deve-se praticar; manasā — com a mente; śuddham — sagradas; tri-vṛt — composta de três; brahma-akṣaram — letras transcendentais; param — as supremas; manaḥ — mente; yacchet — deixa sob controle; jita-śvāsaḥ — regulando o ar respiratório; brahma — absoluta; bījam — semente; avismaran — sem ser esquecida.

Após ficares sentado como descrito acima, deixa a mente lembrar-se das três letras transcendentais [a-u-m] e, regulando o processo respiratório, controla a mente de modo que não te esqueças da semente transcendental.

SIGNIFICADO—O oṁkāra, ou o praṇava, é a semente da compreensão transcendental, e é composto das três letras transcendentais a-u-m. Sendo ele recitado pela mente, e juntando-se a isso o processo respiratório, que é um meio transcendental, mas mecânico de entrar em transe, como atesta a experiência de grandes místicos, a pessoa é capaz de colocar sob controle a mente, que está absorta na matéria. É essa a maneira como a mente deve mudar de hábito. Não adianta querer matar a mente. A mente ou os desejos não podem cessar, mas, para desenvolver um desejo que propicie a compreensão espiritual, é preciso mudar a qualidade da ocupação da mente. A mente é o pivô dos órgãos sensoriais ativos, e, nesse caso, se a qualidade do pensamento, sentimento e desejo muda, é claro que a qualidade das ações empreendidas pelos sentidos instrumentais também mudará. O oṁkāra é a semente de todo o som transcendental, e apenas o som transcendental pode provocar na mente e nos sentidos mudanças desejáveis. Até mesmo um homem que tem distúrbio mental pode curar-se ao se tratar com o som transcendental. Na Bhagavad-gītā, o praṇava (oṁkāra) é aceito como a representação direta e literal da Suprema Verdade Absoluta. Quem não consegue cantar diretamente os santos nomes do Senhor, como se recomenda acima, pode facilmente cantar o praṇava (oṁkāra). Este oṁkāra é uma maneira de chamar a atenção, tal como “ó meu Senhor”, assim como om hari om significa “ó meu Senhor, ó Suprema Personalidade de Deus”. Como explicamos antes, o santo nome do Senhor é idêntico ao próprio Senhor. E mesmo se dá com o oṁkāra. Mas as pessoas que, devido aos seus sentidos imperfeitos (em outras palavras, os neófitos), são incapazes de compreender a forma pessoal transcendental ou o nome do Senhor são ensinadas a praticar a autorrealização através desse processo mecânico que consiste em regular a função respiratória e também em repetir o praṇava (oṁkāra) dentro da mente. Como expressamos diversas vezes, visto ser impossível compreender como os atuais sentidos materiais o transcendental nome, forma, atributos, passatempos etc. da Personalidade de Deus, é necessário que se recorra à mente, o centro das atividades sensoriais, para acionar essa compreensão transcendental. Os devotos fixam suas mentes na própria Pessoa da Verdade Absoluta. Alguém, entretanto, que não consegue aceitar esses aspectos pessoais do Absoluto aprende o processo impersonalista para treinar a mente a continuar progredindo.

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