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VERSO 4

dehāpatya-kalatrādiṣv
ātma-sainyeṣv asatsv api
teṣāṁ pramatto nidhanaṁ
paśyann api na paśyati

deha — corpo; apatya — filhos; kalatra — esposa; ādiṣu — em tudo que se relacione com eles; ātma — próprios; sainyeṣu — soldados combatentes; asatsu — falíveis; api — apesar de; teṣām — de todos eles; pramattaḥ — demasiadamente apegados; nidhanam — destruição; paśyan — tendo sido experimentada; api — embora; na — não; paśyati — vê isto.

As pessoas desprovidas de ātma-tattva não indagam sobre os problemas da vida, pois estão demasiadamente apegadas aos soldados falíveis, tais como o corpo, os filhos e a esposa. Embora tenham bastante experiência, mesmo assim, não veem sua inevitável destruição.

SIGNIFICADO—Este mundo material chama-se mundo da morte. Todo ser vivo, começando de Brahmā, cuja vida dura alguns milhões de anos, e indo até os germes que vivem apenas alguns segundos, luta pela existência. Portanto, esta vida é uma espécie de luta contra a natureza material, que inflige a morte a todos. Na forma de vida humana, há bastante competência para passar a compreender essa grande luta pela existência, mas, estando muito apegada aos membros familiares, à sociedade, ao país etc., a pessoa, valendo-se de sua força física e contando com a ajuda de seus filhos, esposa, parentes etc., quer triunfar contra a invencível natureza material. Embora tenha bastante experiência no assunto, adquirida de vivências passadas e dos exemplos anteriores propiciados por seus predecessores falecidos, ela não vê que os ditos soldados a lutarem, tais como os filhos, parentes, membros da sociedade e compatriotas, acabarão todos fracassando na grande luta. A pessoa deve analisar o fato de que seu pai ou seu avô já morreram, e de que, portanto, ela também morrerá com certeza, e seus filhos, que serão os futuros pais dos seus netos, também acabarão morrendo do mesmo modo. Ninguém sobreviverá nesta luta contra a natureza material. Embora a história da sociedade humana prove isso definitivamente, as pessoas tolas insistem em afirmar que, com a ajuda da ciência material, serão capazes, no futuro, de viver perpetuamente. Esse pobre fundo de conhecimento expresso pela sociedade humana com certeza é desencaminhador, e ele é patente quando se ignora a constituição da alma viva. Este mundo material existe apenas como um sonho, devido ao nosso apego a ele, mas, na verdade, a alma viva é sempre diferente da natureza material. O grande oceano da natureza material é agitado pelas ondas do tempo, e as supostas condições de vida equivalem a bolhas espumantes, que aparecem diante de nós como o eu corpóreo, esposa, filhos, sociedade, compatriotas etc. Porque não conhecemos o eu, tornamo-nos vítimas das forças da ignorância e, então, arruinamos essa preciosa energia, a vida humana, buscando inutilmente condições de vida permanentes, o que é impossível neste mundo material.

Nossos amigos, parentes e ditas esposas e filhos não são apenas falíveis, mas também deixam-se confundir pelo aparente fulgor da existência material. Nesse caso, eles não podem salvar-nos. Ainda assim, continuamos pensando que, dentro da órbita da família, sociedade ou nação, estamos seguros.

Todo o avanço materialista da civilização humana é como os enfeites de um corpo morto. Todos são um corpo morto que oscila apenas por alguns dias, apesar do que toda a energia da vida humana está sendo desperdiçada em decorar este corpo morto. Após mostrar a verdadeira posição das atividades humanas desorientadas, Śukadeva Gosvāmī aponta o verdadeiro dever do ser humano. As pessoas desprovidas de conhecimento de ātma-tattva estão desencaminhadas, mas quem é devoto do Senhor e tem perfeita compreensão acerca do conhecimento transcendental não se deixa confundir.

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