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VERSO 12

dravyaṁ karma ca kālaś ca
svabhāvo jīva eva ca
yad-anugrahataḥ santi
na santi yad-upekṣayā

dravyam — elementos físicos; karma — ação; ca — e; kālaḥ — tempo; ca — também; sva-bhāvaḥ jīvaḥ — as entidades vivas; eva — decerto; ca — também; yat — cuja; anugrahataḥ — pela misericórdia de; santi — existem; na — não; santi — existem; yat-upekṣayā — por negligência.

Deve-se saber definitivamente que todos os ingredientes, atividades, tempo e modos materiais, e as entidades vivas que se destinam a desfrutar todos eles, só existem por Sua misericórdia, e tão logo Ele deixa de Se preocupar com eles, tudo se torna inexistente.

SIGNIFICADO—As entidades vivas são os desfrutadores dos ingredientes, tempo, modos materiais etc., pois querem assenhorear-se da natureza material. O Senhor é o desfrutador supremo, e as entidades vivas destinam-se a ajudar o Senhor em Seu desfrute e, dessa maneira, participar no prazer transcendental de todos. Tanto o desfrutador quanto o desfrutado sentem prazer; porém, enganadas pela energia ilusória, as entidades vivas querem desfrutar como se fossem o Senhor, embora esse tipo de desfrute não esteja reservado a elas. As jīvas, as entidades vivas, são mencionadas na Bhagavad-gītā como a natureza superior do Senhor, ou parā prakṛti, e isso também se menciona no Viṣṇu Purāṇa. Portanto, as entidades vivas nunca são os puruṣas, ou os verdadeiros desfrutadores. Nesse caso, o espírito com que a entidade viva tenta desfrutar no mundo material é falso. No mundo espiritual, as entidades vivas são puras por natureza e, portanto, desfrutam o convívio do Senhor Supremo. No mundo material, o espírito de desfrute que as entidades vivas adquirem por força de suas próprias ações (karma) se enfraquece pouco a pouco, em virtude do que a energia ilusória dita nos ouvidos das almas condicionadas que elas devem tornar-se unas com o Senhor. Essa é a última armadilha da energia ilusória. Quando a última ilusão também é eliminada pela misericórdia do Senhor, a entidade viva volta a restabelecer-se em sua posição original e torna-se, então, de fato liberada. Para que ela consiga libertar-se das garras materiais, o Senhor cria o mundo material, o mantém por algum tempo (mil anos segundo Sua contagem, como afirma o verso anterior), e volta a aniquilá-lo por Sua vontade. Por conseguinte, as entidades vivas são completamente dependentes da misericórdia do Senhor, e todos os desfrutes que elas aparentemente conquistam com o avanço científico são reduzidos a pó tão logo o Senhor deseja.

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