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VERSO 13

eko nānātvam anvicchan
yoga-talpāt samutthitaḥ
vīryaṁ hiraṇmayaṁ devo
māyayā vyasṛjat tridhā

ekaḥ — Ele, apenas um; nānātvam — variedades; anvicchan — assim desejando; yoga-talpāt — do leito do sono místico; samutthitaḥ — assim gerou; vīryam — o sêmen; hiraṇmayam — tonalidade dourada; devaḥ — o semideus; māyayā — através da energia externa; vyasṛjat — criou perfeitamente; tridhā — em três aspectos.

O Senhor, enquanto deitado em Seu leito de sono místico, gerou o símbolo seminal, de tonalidade dourada, através da energia externa, pois Ele desejou manifestar apenas dEle próprio muitas variedades de entidades vivas.

SIGNIFICADO—A Bhagavad-gītā (9.7-8) descreve da seguinte maneira a criação e a aniquilação do mundo material:

sarva-bhūtāni kaunteya
prakṛtiṁ yānti māmikām
kalpa-kṣaye punas tāni
kalpādau visṛjāmy aham

prakṛtiṁ svām avaṣṭabhya
visṛjāmi punaḥ punaḥ
bhūta-grāmam imaṁ kṛtsnam
avaśaṁ prakṛter vaśāt

“No final de cada milênio, as forças criativas, a saber, a natureza material e as entidades vivas que lutam na natureza material, imergem no corpo transcendental do Senhor, após o que, quando o Senhor deseja de novo manifestá-las, todas elas voltam a ser mostradas pelo Senhor. Portanto, a natureza material funciona sob o controle do Senhor. Todas elas, sob a ação da natureza material e sob o controle do Senhor, são assim criadas e aniquiladas repetidas vezes pela vontade do Senhor.”

Nesse caso, antes da criação ou manifestação do mundo material cósmico, o Senhor existe como energia total (mahā-samaṣṭi), e então, desejando difundir-Se em muitos, Ele passa a Se expandir em energia multitotal (samaṣṭi). Da energia multitotal, Ele continua a Se expandir em indivíduos em três dimensões; a saber, adhyātmika, adhidaivika e adhibhautika, como se explicou antes (vyaṣṭi). Nesse caso, a criação total e as energias criadoras são simultaneamente iguais e diferentes. Porque tudo é uma emanação dEle (o Mahā-Viṣṇu, ou Mahā-samaṣṭi), nenhuma das energias cósmicas é diferente dEle; mas todas essas energias expandidas têm funções específicas e se manifestam conforme designa o Senhor e, portanto, são ao mesmo tempo diferentes do Senhor. De modo semelhante, as entidades vivas também são energia (potência marginal) do Senhor, e assim são iguais a Ele e diferentes dEle ao mesmo tempo.

Na fase em que não ocorre manifestação, as energias vivas que permanecem no Senhor não perdem sua potência, e, quando são soltas na manifestação cósmica, elas se apresentam conforme os diferentes desejos cultivados sob os modos da natureza. Essas diferentes manifestações das energias vitais são estados condicionados pelos quais as entidades vivas passam. No entanto, as entidades vivas liberadas, que estão na manifestação sanātana (eterna), são almas que se submetem à rendição incondicional e, por isso, não se subordinam a criação e aniquilação. Assim, esta criação é um produto do olhar que o Senhor lança de Seu leito de sono místico. E, então, todos os universos e o senhor do universo, Brahmā, são repetidas vezes manifestos e aniquilados.

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