VERSO 26
nirabhidyata śiśno vai
prajānandāmṛtārthinaḥ
upastha āsīt kāmānāṁ
priyaṁ tad-ubhayāśrayam
nirabhidyata — surgiram; śiśnaḥ — os órgãos genitais; vai — decerto; prajā-ānanda — o prazer sexual; amṛta-arthinaḥ — desejando saborear o néctar; upasthaḥ — os órgãos masculino ou feminino; āsīt — passaram a existir; kāmānām — dos luxuriosos; priyam — muito querido; tat — isso; ubhaya-āśrayam — refúgio para ambos.
Em seguida, para o prazer sexual, para gerar prole e para saborear o néctar celestial, o Senhor desenvolveu os órgãos genitais, e assim existem o órgão genital e sua deidade controladora, o Prajāpati. O objeto do prazer sexual e a deidade controladora estão sob o controle dos órgãos genitais do Senhor.
SIGNIFICADO—Para as almas condicionadas, o prazer celestial é o prazer sexual, e esse prazer é saboreado pelos órgãos genitais. A mulher é o objeto do prazer sexual, e tanto a percepção sensorial do prazer sexual quanto a mulher são controladas pelo Prajāpati, que está sob o controle dos órgãos genitais do Senhor. Através deste verso, o impersonalista deve tomar conhecimento de que o Senhor não é impessoal, pois Ele tem Seus órgãos genitais, dos quais dependem todos os objetos de prazer sexual. Ninguém se daria ao trabalho de criar filhos se faltasse no intercurso sexual o sabor do néctar celestial. Este mundo material é criado para dar às almas condicionadas a oportunidade de rejuvenescimento para voltar ao lar, voltar ao Supremo, de maneira que produzir seres vivos é necessário para manter o propósito da criação. O prazer sexual é um impulso para essa ação, e, nesse caso, é possível servir o Senhor mesmo agindo com esse prazer sexual. O serviço é levado em conta quando os filhos nascidos desse prazer sexual recebem adequado treinamento em consciência de Deus. Toda a ideia em torno da criação material é que a entidade viva consiga reviver a sua adormecida consciência de Deus. Em outras formas de vida que não são formas humanas, o prazer sexual, embora proeminente, não contém nenhum motivo de serviço à missão do Senhor. Todavia, na forma de vida humana, a alma condicionada pode prestar serviço ao Senhor, criando progênie que tem condições de alcançar a salvação. A pessoa pode gerar centenas de filhos e desfrutar o prazer celestial da relação sexual, contanto que consiga treinar os filhos na consciência de Deus. Do contrário, o gerar filhos é agir igual aos suínos. Aliás, o suíno é mais beneficiado do que o ser humano porque o porco pode gerar uma dúzia de filhotes de uma só vez, ao passo que o ser humano só pode dar à luz um filho de cada vez. Logo, a pessoa deve lembrar sempre que os órgãos genitais, o prazer sexual, a mulher e a prole se relacionam todos no serviço ao Senhor, e quem esquece essa relação existente no serviço ao Senhor Supremo fica sujeito às três espécies de sofrimentos da existência material impostas pelas leis da natureza. A percepção do prazer sexual existe até mesmo no corpo do cão, mas ele não tem a percepção da consciência de Deus. A forma de vida humana é distinta da forma do cão por causa da percepção da consciência de Deus.