VERSO 20
sa eṣa bhagavāl liṅgais
tribhir etair adhokṣajaḥ
svalakṣita-gatir brahman
sarveṣāṁ mama ceśvaraḥ
saḥ — Ele; eṣaḥ — isso; bhagavān — a Personalidade de Deus; liṅgaiḥ — pelos sintomas; tribhiḥ — pelos três; etaiḥ — por todos esses; adhokṣajaḥ — a Transcendência que tudo vê; su-alakṣita — verdadeiramente invisível; gatiḥ — movimento; brahman — ó Nārada; sarveṣām — de todos; mama — meu; ca — como também; īśvaraḥ — o controlador.
Ó brāhmaṇa Nārada, o Senhor transcendente, aquele que tudo vê, está além da percepção dos sentidos materiais das entidades vivas devido aos supramencionados três modos da natureza. Mas Ele controla todos, inclusive a mim.
SIGNIFICADO—Na Bhagavad-gītā (7.24-25), o Senhor declara muito claramente que o impersonalista, que dá mais importância aos raios transcendentais do Senhor, o brahmajyoti, e que conclui que a Verdade Absoluta é, em última análise, impessoal e apenas manifesta uma forma quando ela se torna necessária, é menos inteligente do que o personalista, por mais que o impersonalista possa estar ocupado em estudar o Vedānta. O fato é que esses impersonalistas estão cobertos pelos três modos da natureza material acima mencionados, daí serem incapazes de se aproximar da transcendental Personalidade de Deus. Nem todos conseguem aproximar-se do Senhor, pois Ele está coberto pela cortina de Sua potência yoga-māyā. Contudo, ninguém deve concluir erroneamente que houve uma época em que o Senhor era imanifesto e que agora Ele Se manifestou sob a forma humana. Essa falsa concepção segundo a qual a Personalidade de Deus não tem forma deve-se à cortina yoga-māyā do Senhor e só pode ser removida pela Vontade Suprema, logo que a alma condicionada se renda a Ele. Por sua visão amorosa e atitude de serviço devocional puro, os devotos do Senhor que são transcendentais aos três modos da natureza material, citados acima, podem ver a forma todo-venturosa do Senhor.