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VERSO 17

adhyarhaṇīyāsanam āsthitaṁ paraṁ
vṛtaṁ catuḥ-ṣoḍaśa-pañca-śaktibhiḥ
yuktaṁ bhagaiḥ svair itaratra cādhruvaiḥ
sva eva dhāman ramamāṇam īśvaram

adhyarhaṇīya — adorabilíssimo; āsanam — trono; āsthitam — sentado nele; param — o Supremo; vṛtam — rodeado por; catuḥ — quatro, a saber, prakṛti, puruṣa, mahat e ego; ṣoḍaśa — as dezesseis; pañca — cinco; śaktibhiḥ — pelas energias; yuktam — possuindo; bhagaiḥ — Suas opulências; svaiḥ — pessoais; itaratra — outros poderes menores; ca — também; adhruvaiḥ — temporários; sve — própria; eva — decerto; dhāman — morada; ramamāṇam — desfrutando; īśvaram — o Senhor Supremo.

O Senhor estava sentado em Seu trono e estava rodeado por diferentes energias, como as quatro, dezesseis, cinco e seis opulências naturais, juntamente com outras energias insignificantes de caráter temporário. Mas Ele era o verdadeiro Senhor Supremo, desfrutando de Sua própria morada.

SIGNIFICADO—O Senhor é por natureza dotado de Suas seis opulências. Especificamente, Ele é o mais rico, o mais poderoso, o mais famoso, o mais belo, o mais sábio e o maior renunciante também. E em Suas energias criadoras materiais, Ele é servido por quatro, a saber, os princípios de prakṛti, puruṣa, mahat-tattva e ego. Ele também é servido pelas dezesseis, a saber, os cinco elementos (terra, água, ar, fogo e céu), os cinco órgãos sensoriais perceptivos (o olho, o ouvido, o nariz, a língua e a pele), e os cinco órgãos sensoriais funcionais (a mão, a perna, o estômago, a saída da evacuação e os órgãos genitais) e a mente. As cinco incluem os objetos dos sentidos, a saber, forma, sabor, odor, som e tato. Todos estes vinte e cinco itens servem ao Senhor na criação material, e todos eles estão pessoalmente presentes para servir ao Senhor. As opulências insignificantes, totalizando oito (os aṣṭa-siddhis, alcançados pelos yogīs que querem exercer domínio temporário), também estão sob Seu controle, mas Ele naturalmente tem em plenitude todos esses poderes sem fazer nenhum esforço, daí Ele ser o Senhor Supremo.

O ser vivo, por meio de rigorosa penitência e praticando exercícios físicos, pode atingir temporariamente algum poder maravilhoso, mas isso não faz dele o Senhor Supremo. O Senhor Supremo, por Sua própria potência, é ilimitadamente mais poderoso do que qualquer yogī, é ilimitadamente mais erudito do que qualquer jnānī, é ilimitadamente mais rico do que qualquer milionário, é ilimitadamente mais belo do que qualquer beldade, e ilimitadamente mais caridoso do que qualquer filantropo. Ele está acima de todos; ninguém é igual ou superior a Ele. Tampouco pode alguém alcançar Sua perfeição em algum desses poderes, não importando a quantidade de penitência ou exercícios ióguicos que execute. Os yogīs dependem de Sua misericórdia. Por causa de Sua disposição imensamente caridosa, Ele pode conceder aos yogīs alguns poderes temporários tão avidamente desejados por eles, mas Seus devotos imaculados, que tudo o que desejam do Senhor é prestar serviço transcendental, deixam o Senhor tão satisfeito que Ele Se entrega em troca do serviço puro que recebe.

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