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VERSO 50

prāduścakartha yad idaṁ puruhūta rūpaṁ
teneśa nirvṛtim avāpur alaṁ dṛśo naḥ
tasmā idaṁ bhagavate nama id vidhema
yo ’nātmanāṁ durudayo bhagavān pratītaḥ

prāduścakartha — Vós manifestastes; yat — que; idam — esta; puruhūta — ó tão adorado; rūpam — forma eterna; tena — por esta forma; īśa — ó Senhor; nirvṛtim — satisfação; avāpuḥ — obtida; alam — tanto; dṛśaḥ — visão; naḥ — nossa; tasmai — a Ele; idam — esta; bhagavate — à Suprema Personalidade de Deus; namaḥ — reverências; it — somente; vidhema — oferecemos; yaḥ — quem; anātmanām — daqueles que são menos inteligentes; durudayaḥ — não pode ser vista; bhagavān — a Suprema Personalidade de Deus; pratītaḥ — tem sido vista por nós.

Ó Senhor, portanto, oferecemos nossas respeitosas reverências a Vossa forma eterna como a Personalidade de Deus, que tão bondosamente manifestastes diante de nós. As pessoas desventuradas e menos inteligentes não podem ver Vossa forma suprema e eterna, mas, quanto a nós, nossa mente e nossa visão estão satisfeitíssimas de vê-la.

SIGNIFICADO—Os quatro sábios foram impersonalistas no começo de sua vida espiritual, mas, depois disso, pela graça de seu pai e mestre espiritual, Brahmā, eles entenderam a forma espiritual eterna do Senhor e sentiram-se plenamente satisfeitos. Em outras palavras, os transcendentalistas que aspiram ao Brahman impessoal ou ao Paramātmā localizado não estão plenamente satisfeitos e ainda anseiam por algo mais. Mesmo que fiquem satisfeitos mentalmente, de qualquer maneira, transcendentalmente, seus olhos não estarão satisfeitos. Contudo, assim que tais pessoas chegarem a compreender a Suprema Personalidade de Deus, ficarão satisfeitas sob todos os aspectos. Em outras palavras, elas se tornarão devotas e deverão ver continuamente a forma do Senhor. A Brahma-saṁhitā confirma que quem desenvolve amor transcendental por Kṛṣṇa, untando seus olhos com o unguento do amor, vê constantemente a forma eterna do Senhor. A palavra específica usada a este respeito, anātmanām, refere-se àqueles que não têm controle sobre a mente e os sentidos e que, portanto, especulam e querem tornar-se unos com o Senhor. Tais pessoas não podem ter o prazer de ver a forma eterna do Senhor. Para os impersonalistas e os ditos yogīs, o Senhor está sempre escondido pela cortina de yogamāyā. A Bhagavad-gītā diz que mesmo quando o Senhor Kṛṣṇa foi visto por todos enquanto esteve presente sobre a face da Terra, os impersonalistas e os ditos yogīs não puderam vê-lO por estarem desprovidos de visão devocional. A teoria dos impersonalistas e ditos yogīs é que o Senhor Supremo assume uma forma específica ao entrar em contato com māyā, embora, na verdade, Ele não tenha forma. Essa mesma concepção dos impersonalistas e supostos yogīs impede-os de ver a Suprema Personalidade de Deus como Ele é. Por isso, o Senhor está sempre além da visão de tais não-devotos. Os quatro sábios sentiram-se tão agradecidos ao Senhor que Lhe ofereceram suas respeitosas reverências repetidamente.

Neste ponto, encerram-se os Significados Bhaktivedanta do terceiro canto, décimo quinto capítulo, do Śrīmad-Bhāgavatam, intitulado “Descrição do Reino de Deus”.

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