VERSO 28
na vidāmeha devānāṁ
helanaṁ vayam aṇv api
yan na gṛhṇanti bhāgān svān
ye devāḥ karma-sākṣiṇaḥ
na — não; vidāma — podemos encontrar; iha — a este respeito; devānām — dos semideuses; helanam — insulto, negligência; vayam — nós; aṇu — diminuta; api — mesmo; yat — devido a que; na — não; gṛhṇanti — aceitam; bhāgān — quinhões; svān — próprios; ye — que; devāḥ — os semideuses; karma-sākṣiṇaḥ — testemunhas do sacrifício.
Querido rei, não vemos a razão pela qual os semideuses teriam se sentido insultados ou negligenciados de alguma maneira, mas, mesmo assim, os semideuses que são testemunhas do sacrifício não aceitam seus quinhões. Não sabemos por que isso acontece.
SIGNIFICADO—Indica-se nesta passagem que, se há negligência da parte do sacerdote, os semideuses não aceitam seus quinhões nos sacrifícios. Do mesmo modo, no serviço devocional, há ofensas conhecidas como sevā-aparādha. Aqueles que se dedicam a adorar as Deidades, Rādhā e Kṛṣṇa, no templo, devem evitar tais ofensas em serviço. As ofensas em serviço são descritas no Néctar da Devoção. Se apenas fizermos um espetáculo de prestação de serviços à Deidade, mas não nos importarmos com o sevā-aparādha, decerto a Deidade de Rādhā-Kṛṣṇa não aceitará as oferendas de tais não-devotos. Devotos ocupados em adoração no templo não devem, portanto, inventar seus próprios métodos, senão que devem seguir estritamente os princípios reguladores relacionados à limpeza. Só então as oferendas serão aceitas.