VERSO 25
amūṣāṁ kṣut-parītānām
ārtānāṁ paridevitam
śamayiṣyāmi mad-bāṇair
bhinnāyās tava medasā
amūṣām — de todos eles; kṣut-parītānām — sofrendo de fome; ārtānām — dos aflitos; paridevitam — a lamentação; śamayiṣyāmi — apaziguarei; mat-bāṇaiḥ — com minhas flechas; bhinnāyāḥ — sendo despedaçada; tava — de ti; medasā — com a carne.
Agora, com o auxílio de minhas flechas, eu te cortarei em pedaços e, com tua carne, satisfarei os cidadãos famintos, que agora choram por falta de grãos. Assim, satisfarei os cidadãos de meu reino que estão cheios de aflição.
SIGNIFICADO—Nesta passagem, indica-se como o governo pode organizar o comer de carne de vaca. Aqui se indica que, em uma circunstância rara em que não haja suprimento de grãos, o governo pode sancionar o comer de carne. Entretanto, quando há alimentos suficientes, o governo não deve permitir o comer de carne de vaca apenas para satisfazer as exigências da língua. Em outras palavras, somente em raras circunstâncias, quando as pessoas estão sofrendo por falta de grãos, é que se pode permitir o comer de carne, mas não em outras circunstâncias. Um governo jamais deve sancionar a manutenção de matadouros para a satisfação da língua e a matança desnecessária de animais.
Como se descreveu em um verso anterior, vacas e outros animais devem receber pasto suficiente para comer. Se, a despeito de um suprimento suficiente de pasto, uma vaca não fornece leite, e se há uma acentuada escassez de alimentos, a vaca sem leite pode ser utilizada para alimentar a população faminta. Segundo a lei da necessidade, em primeiro lugar a sociedade humana deve tentar produzir grãos alimentícios e legumes, mas, se não o conseguirem, podem comer carne. Caso contrário, não. Na estrutura atual da sociedade humana, há suficiente produção de grãos em todo o mundo. Portanto, não se pode apoiar a abertura de matadouros. Em certas nações, há tamanho excesso de grãos que às vezes esse excesso é atirado ao mar, e às vezes o governo proíbe que se produzam mais grãos. A conclusão é que a Terra produz grãos suficientes para alimentar toda a população, mas a distribuição desses grãos é restringida devido a regulamentos comerciais e ao desejo de lucro. Em consequência disso, há escassez de grãos em certos locais e, em outros, produção abundante. Se houvesse um só governo na superfície da Terra para administrar a distribuição de grãos, não haveria possibilidade de escassez, nem necessidade de abrir matadouros, tampouco necessidade de apresentar falsas teorias sobre superpopulação.