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VERSO 8

ete tvāṁ sampratīkṣante
smaranto vaiśasaṁ tava
samparetam ayaḥ-kūṭaiś
chindanty utthita-manyavaḥ

ete — todos eles; tvām — tu; sampratīkṣante — estão aguardando; smarantaḥ — lembrando-se; vaiśasam — danos; tava — de ti; sampa­retam — após tua morte; ayaḥ — feitos de ferro; kūṭaiḥ — pelos chifres; chindanti — trespassam; utthita — animados; manyavaḥ — raiva.

Todos esses animais estão aguardando tua morte para poderem vingar-se dos danos que lhes causaste. Depois que morreres, eles raivosamente trespassarão teu corpo com chifres de ferro.

SIGNIFICADO––Nārada Muni queria chamar a atenção do rei Prācīnabarhiṣat para o excesso de animais mortos em sacrifícios. Os śāstras dizem que, matando animais em um sacrifício, imediatamente os promovemos a um nascimento humano. Do mesmo modo, matando seus inimigos em um campo de batalha, os kṣatriyas que lutam por uma causa justa se elevam aos planetas celestiais após a morte. A Manu-saṁhitā afirma que é dever do rei matar um assassino para que este não sofra por seus crimes em sua próxima vida. Com base nessa compreensão, Nārada Muni adverte o rei que os animais mortos por ele em sacrifícios aguardam-no à hora de sua morte para se vingar. Nārada Muni não está se contradizendo aqui. Nārada Muni queria convencer o rei de que o excesso de sacrifício animal é arriscado porque, tão logo haja um pequeno erro na reali­zação de tal sacrifício, o animal abatido pode não ser promovido à forma humana de vida. Consequentemente, o realizador do sacrifício será responsável pela morte do animal, assim como o assassino é responsável por matar outro homem. Quando os animais são mortos em matadouros, seis pessoas ligadas à morte são respon­sáveis pelo crime. A pessoa que dá permissão para matar, a pessoa que mata, a pessoa que ajuda, a pessoa que compra a carne, a pessoa que cozinha a carne e a pessoa que a come, todas estão envolvidas com a morte. Nārada Muni queria chamar a atenção do rei para este fato. Assim, a matança de animais não é encorajada nem mesmo em sacrifícios.

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